Economia

Aeroporto do Vale do Aço ganha um plano diretor

Aeroporto do Vale do Aço ganha um plano diretor
Projeto prevê uma otimização do uso da pista do aeroporto | Crédito: Divulgação/ DEER-MG

A Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Vale do Aço (ARMVA) apresentou o Plano Diretor Aeroportuário do Aeroporto Regional do Vale do Aço aos representantes da Secretaria de Estado da Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra) ontem. No projeto, estão as propostas para o desenvolvimento do terminal para os próximos vinte anos. 

“O Plano Diretor Aeroportuário é um instrumento de planejamento de longo prazo para o equipamento. Ele consiste em avaliar toda a área do aeroporto, o que chamamos de sítio aeroportuário e, nele, definir quais equipamentos auxiliares podem ser ofertados como serviços extras dentro do aeroporto”, aponta o diretor-geral da ARMVA, João Luiz Teixeira Andrade.

É o caso dos hangares, terminais de carga e passageiros, além de outras áreas comerciais que podem vir a ser exploradas na área e que no plano são dimensionadas para demanda futura do aeroporto. “O grande ganho que você tem é o bom uso do equipamento, prevenindo erros de alocações de estrutura que podem entrar em conflito com ampliações futuras, por exemplo”, explica Andrade.

Ele destaca que a apresentação do plano diretor é uma etapa essencial de alinhamento e engajamento do pleito regional. “A apresentação para a Seinfra foi um passo muito importante porque a secretaria é a responsável legal pela gestão do aeroporto e a ela competem as principais decisões relacionadas ao terminal. Com o alinhamento, temos mais um agente para atuar e apoiar a realização da obra”, frisa.

Entregue em duas partes, o documento detalha áreas, estruturas e acessórios necessários, além de mensurar a capacidade para desenvolvimento do equipamento nos próximos cinco, dez e 20 anos. A segunda etapa é composta por estimativas de investimentos a serem realizados para a implantação de estruturas e melhorias.

O plano foi desenvolvido pela ARMVA para identificar potencialidades do equipamento, pontos a serem melhorados e, ainda, estabelecer uma perspectiva de crescimento no contexto das vocações mapeadas. O diretor da agência ressalta que o projeto também será útil para orientar a ação do poder público e da iniciativa privada.

“Fizemos um estudo de projeções estatísticas para a demanda futura de passageiros, bem como o cruzamento de dados da região, que sustentam a possibilidade de futuramente serem oferecidos outros serviços, tendo em vista que a nossa região é muito ativa do ponto de vista econômico”, pontua Andrade.

Ele lembra que o aeroporto está próximo a linhas férreas como a Vitória Minas e a futura ferrovia da Petrocity, além de rodovias estaduais e federais – um conjunto logístico que é considerado junto às outras informações para planejar a melhor exploração do aeroporto.

Intervenções

Em um primeiro momento, as principais intervenções estão associadas à otimização do uso da pista e incluem a remoção do pátio de aeronaves e do terminal de passageiros, que precisam ser colocados fora da faixa de segurança da pista. Atualmente, quando uma aeronave está embarcando ou desembarcando, a localização atual do pátio impede que outras aeronaves manobrem. “Com essas intervenções, poderíamos aumentar a frequência dos voos para a região e, quem sabe, trazer mais uma companhia aérea, o que pode gerar concorrência no preço das passagens”, aventa o diretor.

Outra característica do plano é que ele foi elaborado considerando suas potencialidades em relação ao transporte de cargas, já que elas geram fluxo financeiro e sustentabilidade para o aeroporto. Os dados econômicos da região, que tem mais de 500 mil habitantes nas quatro cidades do Vale do Aço, concorrem para a viabilidade econômica desse equipamento, além da localização, para a qual está prevista um eixo integrador da malha rodoferroviária em seu entorno.

O Plano Diretor Aeroportuário atende a uma série de normativas da Agência Nacional da Aviação Civil (Anac) e de outros órgãos federais. Seu foco é apenas o sítio aeroportuário, mas isso não impede que ele se inclua em uma visão estratégica, de longo prazo e aberta para as vocações que podem surgir em seu entorno.

Segundo João Luiz, a Agência de Desenvolvimento Metropolitano do Vale do Aço já estava atenta ao macrozoneamento, quando, em 2019, aprovou o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado (PDDI) da região. “O projeto inclui uma visão muito próxima do que seria a aerotrópole do aeroporto de Belo Horizonte, guardadas as devidas proporções”, acentua. “Mas o conceito é de estabelecer no entorno do aeroporto uma região de logística diferenciada, com alta conectividade e a possibilidade de instalação de empresas de alto valor agregado”.

Histórico e próximos passos

O Aeroporto Regional do Vale do Aço (antigo Aeroporto da Usiminas) foi criado em 1959, com o objetivo inicial de atender aos funcionários da Usiminas. Em agosto de 2021, a ARMVA contratou a Infraero para elaborar o Plano Diretor, por meio de emenda parlamentar. Já no fim do ano, o documento foi entregue para validação da agência e agora foi apresentado para a Seinfra.

Em seguida, o plano será protocolado para a homologação da Agência Nacional da Aviação Civil (Anac). Posteriormente, recursos geridos pela Secretaria de Aviação Civil podem ser requisitados para as implementações previstas no documento.

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