Agro e crédito lideram cooperativismo no Estado

No cooperativismo mineiro, os dois principais segmentos são o agropecuário e o de crédito, ambos com 25% cada das cooperativas em atividade atualmente. Entre 2019 e 2020, o segmento agropecuário cresceu 1,6% e o de crédito, 4,9%.
Segundo o presidente do Sistema Ocemg, Ronaldo Scucato, os dois segmentos estão na base da economia e são muito organizados no Estado. Em 2020 as cooperativas de crédito movimentaram cerca de R$ 30 bilhões, aumentando suas carteiras de empréstimo em quase 40%, enquanto o sistema financeiro tradicional cresceu cerca de 16%.
“As cooperativas conhecem os tomadores de empréstimo, por isso a avaliação para a liberação é muito mais veloz. A tendência do cooperativismo de crédito é crescer. De outro lado, menos visível, mas igualmente importantes, estão as cooperativas que atuam no setor de infraestrutura. Um destaque nessa área é a geração de energia limpa. Estamos no Estado que tem as melhores condições naturais para isso e todos os olhos se voltam para o Norte de Minas. Estamos desenvolvendo um projeto em Cristália que logo poderemos detalhar”, afirma Scucato.
Pioneirismo
Em Patrocínio, no Alto Paranaíba, em 1993, foi fundada a Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado (Expocaccer). Tudo começou para resolver um problema comum entre os produtores, a falta de espaço para o armazenamento da produção. Hoje a cooperativa atua da plantação à exportação e conta com cerca de 650 cooperados.
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De acordo com o diretor superintendente da Expocaccer, Simão Pedro de Lima, a organização da produção é um dos segredos do sucesso da cooperativa e a ferramenta fundamental para isso é a qualificação do produtor.
“Investimos na capacitação do produtor para que ele se aprimore no seu negócio. Temos o projeto Educampo, orientado por técnicos do Sebrae. 54% dos nossos cooperados são pequenos produtores, 6% são grandes, 7% são médios-grandes e o restante, médios produtores. Não vendemos insumos, não oferecemos serviços de assistência técnica e nem temos loja. Concentrarmos a nossa experiência para que o produtor tenha uma condição melhor de preparo, armazenamento e comercialização do seu café”, explica Lima.
Presente em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, o Sicoob tem mais de cinco milhões de cooperados. Formado por mais de 370 cooperativas singulares, 16 cooperativas centrais e pelo Centro Cooperativo Sicoob (CCS), está em mais de 300 municípios. Ocupa a segunda colocação entre as instituições financeiras com maior quantidade de agências no Brasil, segundo ranking do Banco Central (BC), com 3.480 pontos de atendimento.
De acordo com o diretor de Coordenação Sistêmica e Relações Institucionais do Sicoob, Ênio Meinen, logo no início da pandemia o primeiro movimento foi cuidar da saúde das pessoas. Foram tomadas todas as providências de caráter sanitário, permitindo que o associado pudesse decidir quando e como ter acesso aos serviços financeiros.
“Depois perguntamos como ajudaríamos na travessia desse período de dificuldade. A primeira coisa foi prorrogar as dívidas do público mais atingido, especialmente o pequeno negócio. E sem burocracia, sem exigir mais garantia nem aumentar tarifas. Também alteramos a taxa de juros, eliminamos tarifas no aluguel das maquininhas de cartão de crédito. E concedemos crédito. O cooperativismo financeiro foi o segundo agente que mais concedeu crédito para o pequeno negócio em 2020. Só no Sicoob, para o pequeno negócio, concedemos R$ 31 bilhões. Crescendo entre 35% e 40% na carteira”, enumera Meinen.
Minas cooperativa
Minas Gerais é o estado com maior número de agências do Sicoob. Ano passado fechou com 882 pontos de atendimento, contra 860 em 2019 (+ 2,6%). Até março deste ano, foram abertos mais 11 pontos, totalizando 893. Sobre a quantidade de cooperados: até 2019 eram 1,4 milhão; sendo 1,1 milhão de pessoas-físicas (PF) e 264 mil de pessoas-jurídicas (PJ). No ano passado o número saltou para 1,5 milhão (1,2 milhão PF e 294 mil PJ). E até março de 2021, 1,598 milhão de cooperados (1,2 milhão PF e 303 mil PJ).
“O povo mineiro é cooperativo, comunitário, gosta das coisas do seu quintal. E o cooperativismo é justamente isso, agir localmente, valorizar quem produz na comunidade. Estimamos um crescimento de 25% a 30% do Sicoob no Estado este ano”, completa o diretor de Coordenação Sistêmica e Relações Institucionais do Sicoob.
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