Akafloor terá parque fabril em São João del-Rei e projeta R$ 100 mi de faturamento até 2030

A mineira Akafloor registrou faturamento de R$ 40 milhões em 2024. Especializada na produção de pisos prontos de madeira maciça, a empresa vem crescendo 30% ao ano e espera manter esse ritmo e atingir a marca dos R$ 100 milhões de receita até 2030.
As informações são da CEO da Akafloor, Sâmia Rossin, que acrescentou que é esperado um crescimento de até seis vezes no faturamento nos próximos dez anos.
Outro projeto da empresa é a construção de um novo parque fabril em São João del-Rei, na região Central de Minas Gerais. O empreendimento, avaliado em mais de R$ 15 milhões, contará com seis galpões, em um terreno de 90 mil metros quadrados (m²), nos arredores da cidade.
A nova operação, destinada para produção e estocagem de pisos e revestimentos de madeira e vinílicos, deverá ser concluída até 2029. O primeiro galpão foi inaugurado em março deste ano e já está em operação. Os demais serão construídos e lançados ao longo dos próximos quatro anos.

Nova unidade vai ampliar em 30% a capacidade produtiva e gerar o dobro de empregos
Até 2030, a expectativa é de que essa unidade fabril possa ampliar em mais de 30% a capacidade de produção da Akafloor. Além disso, também prevê, com essa nova operação, dobrar o número de funcionários, que atualmente é de 110 colaboradores. Ainda em 2025, é esperado um aumento de 40% do efetivo.
O objetivo da Akafloor com essa expansão é aumentar a capacidade de atender com ainda mais celeridade a demanda aquecida por projetos comerciais e residenciais com seu amplo portfólio. Atualmente, a capacidade de produção da fabricante mineira é de 400 mil m² de pisos de madeira maciça por ano.
Sâmia Rossin garante que a empresa está comprometida com o crescimento sustentável tanto da marca quanto da região: “Gerando empregos, oportunidades e apresentando novas tecnologias e soluções para os mercados nacional e internacional, contribuindo com o desenvolvimento econômico do Estado de Minas Gerais”.
A nova unidade fabril recebeu, no mês passado, a visita de autoridades como o secretário Executivo de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Bruno Araújo Oliveira; o prefeito de São João del-Rei, Aurélio Suenes (PL); a secretária municipal de Desenvolvimento Econômico, Maristela Aparecida de Oliveira Valadão; dentre outros. “Ficamos felizes em receber a visita de autoridades para conhecer de perto o nosso trabalho”, declara Sâmia Rossin.
Atuação da Akafloor no mercado interno e externo


A empresária lembra que a Akafloor foi fundada em 2010, logo após o fechamento de outro negócio da família impactado pela crise de 2008. Inicialmente, o objetivo era trabalhar com exportações, mas devido ao cenário econômico da época, as primeiras vendas ocorreram para o mercado nacional.
Atualmente, a empresa possui cerca de 180 pontos de vendas espalhados por Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina, incluindo três lojas próprias, uma em cada estado. Além disso, a marca conta com representações em todo território nacional.
De acordo com a empresária, o mercado interno corresponde a cerca de 60% do faturamento da empresa. Ela explica que o mercado nacional serve como uma espécie de laboratório, onde as estratégias são testadas e, caso dê certo, implementadas no exterior, com algumas adaptações.
“Hoje o Brasil tem um impacto mais significativo no negócio do grupo que os Estados Unidos. Mas, nós entendemos que a perenidade e a perpetuidade do negócio dependem dele ser global”, ressalta.
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Com forte atuação no mercado nacional, a Akafloor também abriu, no ano passado, a primeira loja da marca na Filadélfia, nos Estados Unidos. Sâmia Rossin lembra que a marca já atuava no mercado norte-americano atendendo a importadoras e distribuidoras locais, além de contar com um centro de distribuição naquele país.
Ela ainda relata que essa migração para o varejo norte-americano, com a abertura da primeira loja da marca, foi motivada por uma série de fatores. Dentre eles está a demanda dos consumidores por produtos feitos com madeira brasileira e a rentabilidade do negócio. Além disso, a grande aposta da empresa para ampliar a presença nos EUA está nas vendas via revendedores.
Akaflex: a nova marca do grupo
A empresa ainda lançou, em 2024, a nova marca Akaflex, visando entrar e se consolidar no mercado de pisos vinílicos. A Akaflex é especializada na fabricação de pisos vinílicos SPC, que reproduzem fielmente as cores e texturas de materiais nobres como a madeira, oferecendo diversos padrões.
Sâmia Rossin lembra que a Akaflex surgiu da necessidade de atender outros públicos. Ela lembra que muitos clientes procuravam a Akafloor atrás de pisos para áreas com piscina ou produtos mais acessíveis financeiramente. Como os itens fabricados pela marca principal são voltados para locais mais secos e possuem valores acima do orçamento de algumas pessoas, a empresa acabava perdendo uma parcela importante do público.
Os pisos da nova marca podem ser utilizados em áreas molhadas, sociais, cozinhas, varandas cobertas e espaços gourmets, já que sua limpeza é extremamente fácil, exigindo apenas limpeza com pano úmido e detergente neutro. Eles são confeccionados com sistema de encaixe click, que dispensam cola na instalação. O valor desses produtos também é mais acessível que os da marca principal.
A Akafloor também está desenvolvendo um piso engenheirado, produzido com sobras de madeira maciça na parte de baixo e com capa de madeira maciça na parte de cima. Ao lado da linha de piso vinílico, cuja produção é iniciada na China e finalizada no Brasil, o piso engenheirado deve elevar em até 20% o faturamento da empresa.
Ao todo, são mais de 10 tipos de madeira, com as mais diversas medidas, tonalidades e padrões prontos para serem instalados sem necessidade de lixar e envernizar. Além do apelo estético, os pisos da marca valorizam também o meio ambiente, já que suas linhas são produzidas apenas com madeiras de manejo florestal certificado.
Crescimento espontâneo

O processo de crescimento da Akafloor, segundo a CEO, tem ocorrido de forma natural, desde a fundação da empresa. Segundo ela, todos os grandes saltos foram proporcionados por oportunidades encontradas no mercado. “Nós vamos encontrando os caminhos e a expansão vai acontecendo de forma natural, devido às soluções que encontramos diante das dificuldades”, diz.
Ela afirma que a estagnação não é uma opção para a empresa, já que um negócio parado tende a “morrer”. A empresária pontua que umas das prerrogativas da fabricante é manter um negócio global, para que ele possa ser perene e duradouro. “Se não houver um mínimo movimento de crescimento sequer, ou de readequação à nova realidade, o negócio acaba”, afirma.
Dentre os principais desafios enfrentados pela empresa, Sâmia Rossin destaca a questão envolvendo o meio ambiente. Segundo ela, empresas como a Akafloor sofrem com a falsa correlação, que muitos acabam fazendo, com grileiros e o desmatamento ilegal. A empresária afirma que a marca atua de forma sustentável, seguindo todas as normas legais para o uso de madeiras.
A localidade e o simples fato de ser abrir uma indústria e contar com processos internos mais complexos também podem ser considerados desafios. No entanto, ela avalia que esses pontos também podem contribuir para aqueles que tiverem mais coragem de investir no mercado e, principalmente, para as pequenas empresas.
“Isso também pode ser uma oportunidade, pois é o momento que muitos concorrentes abandonam. Dessa forma, podemos ganhar mercado”, completa.
* O repórter viajou a convite da empresa.
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