Além da mineração, Chile busca oportunidades na energia limpa em Minas Gerais

O governo chileno promove na próxima semana, em Belo Horizonte, o Encontro de Exportadores de Serviços Globais, como parte da Chile Week, com eventos também em Brasília (DF) e São Paulo. Além de levar o conhecimento do país andino sobre soluções de mineração, o encontro visa oportunidades na eficiência energética e geração de energia renovável, setores de destaque em Minas Gerais.
O Estado é considerado estratégico para a economia chilena, afirma a representante comercial em Belo Horizonte da ProChile, instituição do Ministério das Relações Exteriores do país, Fernanda Franco. A semana de negócios objetiva ampliar e diversificar as exportações chilenas para o estado mineiro.
“A gente pode extrapolar um pouco outras indústrias que são muito fortes em Minas Gerais. Tem soluções transversais que englobam outras temáticas muito demandadas, é o caso da eficiência energética, energia limpa, onde Minas se destaca e tem as soluções que o Chile apresenta”, afirma.
Nos últimos anos o Chile tem focado em ampliar exportações das chamadas “soluções globais”, tecnologias desenvolvidas para geração de energia de fontes renováveis e para eficiência energética, áreas em que o país é um líder regional. Um dos projetos apresentados ao setor produtivo mineiro será a produção de fertilizantes à base de hidrogênio verde da chilena Comasa, focada em energia renovável.
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“Hoje Minas Gerais está no primeiro lugar do ranking brasileiro da capacidade de geração de energia solar fotovoltaica. No Chile, principalmente na região do Atacama, no norte do Chile, tem um parque solar muito grande. Há muita sinergia entre o que está acontecendo em Minas, em novos setores que estão despontando, com o que a gente já vem trabalhando no Chile nos últimos anos”, ressalta Franco.

Depois de um hiato de 13 anos, o país andino voltou a participar da Expo & Congresso Brasileiro de Mineração (Exposibram), na capital mineira, com uma delegação de 12 empresas. O movimento buscou explicar o ambiente de negócios estadual para expandir a atuação das empresas chilenas no Estado.
O empresariado andino pôde expor suas ofertas e participar de diversas reuniões com os agentes da economia mineira, em que entenderam os processos de abertura de empresas, importação direta e indireta, e as vantagens que Minas Gerais apresenta para uma empresa do Chile, principalmente no entorno da mineração.
Este ano, executivos das mineradoras Vale, Nexa Resources e Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) participaram de encontros de negócios com empresas chilenas nas cidades de Antofagasta, Santiago e Viña de Mar.
Outra solução que será apresentada na Chile Week será sobre a gestão de resíduos da chilena Resiter, especialista em economia circular. Franco explica que este e outros desafios mais recentes do setor minerário em Minas, como a gestão hídrica, já são desenvolvidos no país há algum tempo, pela escassez de água na região norte do Chile e a característica de sua mineração, considerada mais arriscada que a realizada em território mineiro.
“Tem várias tecnologias nesse sentido, gestão de água, a questão do resíduo, e isso não vai só na mineração, outras indústrias também passam por essa necessidade”, aponta Franco. “Economia circular hoje é algo que conversa com todos os setores, é transversal. A gente sempre coloca a mineração como referência porque as operações são gigantes, mas são soluções que vão ter demanda também na indústria de alimentos”, completa.
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