Aliança modernizará usinas no Estado
A Aliança Energia vai investir aproximadamente R$ 30 milhões na modernização da Usina Hidrelétrica de Aimorés, na bacia do rio Doce, e da Usina Hidrelétrica de Funil, no Rio Grande, ambas em Minas Gerais. Com potencial de geração de 330 megawatts (MW) e 180 MW, respectivamente, as estruturas receberão novos sistemas de monitoramento de vibrações (SMV) e a substituição de equipamentos, como partes eletrônicas dos reguladores de velocidade e tensão (RV/RT) por reguladores integrados.
Segundo o diretor de Operação da Aliança, Paulo Cruz, parte destas demandas foi identificada durante diagnósticos e manutenções preventivas. Com essas melhorias, a empresa terá informações mais assertivas a respeito da saúde dos ativos, a fim de ancorar tomadas de decisão futuras.
Dessa forma, a programação das intervenções nas unidades geradoras tende a ser mais precisa. Isso vai diminuir a ocorrência de quebras imprevistas, bem como as paradas para manutenções planejadas e o tempo de inatividade. É que os novos reguladores possuem uma interface mais simples, uma quantidade maior de variáveis de ajuste, além de responder mais rapidamente às oscilações do sistema elétrico.
“Com os reguladores atuando corretamente e de forma rápida, as chances de desligamentos do sistema elétrico na região ficam reduzidas. Outro ganho está na tensão que é recebida das concessionárias de energia dentro de cada residência. Como o tempo de resposta dos reguladores de tensão é mais rápido, o controle feito pelos centros de operação é mais rápido e mais eficaz”, explica.
Geração de energia elétrica
A Aliança está entre as maiores companhias privadas de geração de energia elétrica do Brasil e tem capacidade total instalada de 1.257 MW. A energia é gerada por meio de sete usinas hidrelétricas em operação em Minas Gerais e um Complexo Eólico localizado no Ceará.
Desde 2017, a Aliança Energia vem investindo em projetos eólicos no Nordeste. No fim do ano passado, o Complexo Eólico Santo Inácio (Cesi), primeira planta de energia eólica operada pela empresa, completou quatro anos de operação comercial. O complexo é composto por quatro parques eólicos, com potência instalada de 98,7 MW. Ao todo são 47 aerogeradores com capacidade de 2,1 MW cada, com 120 metros de altura.
Além disso, conforme Cruz, dois novos projetos eólicos estão em fase de implantação: Gravier, no Ceará (71,4 MW) e Acauã, no Rio Grande do Norte (109,20 MW).
Em relação aos negócios, a diretora de Engenharia Comercialização e Finanças, Cibele dos Anjos, revela que em 2021, a empresa registrou receita operacional bruta consolidada de R$ 1,3 bilhão. O montante representou crescimento de 4% em relação ao ano anterior, como reflexo principal da atualização financeira anual dos contratos de venda de energia. De forma equivalente, a receita líquida consolidada foi de R$1,1 bilhão e refletiu um aumento de 5% entre os exercícios. Já o lucro líquido foi de R$ 506 milhões, significando aumento de 99% em relação ao resultado de 2020.
“Para este ano, continuamos focados na implantação dos projetos eólicos que irão consolidar a diversificação da nossa matriz energética, com energia limpa e renovável. Finalizaremos o ano com pelo menos 70% das obras do Projeto Gravier concluídas e seguiremos com a implantação do Projeto Acauã”, adianta.
Ministro pede vistas em processo da Eletrobras
Brasília – Em uma derrota para o governo de Jair Bolsonaro (PL), o julgamento da privatização da Eletrobras no Tribunal de Contas da União (TCU) foi novamente adiado. Como esperado, na quarta-feira (20) o ministro do TCU Vital do Rêgo Filho pediu vista, ou seja, mais prazo, para analisar o processo “pelo período regimental”. Ele solicitou mais 60 dias, mas após discussões no plenário ficou estabelecido o prazo de 20 dias.
O pedido de vista do ministro foi anunciado logo após a leitura do relatório pelo ministro relator, Aroldo Cedraz.
Na primeira fase de análise no tribunal, Vital do Rêgo já havia pedido vista.
Com o novo pedido, que trava por 20 dias o julgamento no TCU, o cronograma original para a privatização da estatal de energia elétrica ainda em 2022 está comprometido. O governo desejava lançar a operação de oferta de ações da Eletrobras até 27 de abril, para concluí-la até 13 de maio.
Essa seria a janela ideal para o governo levantar recursos com a venda de ações. O governo espera receber pelo menos R$ 25 bilhões.
Vital do Rêgo vinha apontando problemas no processo relacionados, entre outros assuntos, aos impactos da privatização nas tarifas de energia.
Na noite de terça-feira (19), a assessoria de imprensa do TCU já havia confirmado ao UOL que Vital do Rêgo pediria vista de 60 dias. A avaliação era de que, como o voto do relator do processo no TCU, ministro Aroldo Cedraz, não havia sido divulgado aos ministros até aquele momento, não haveria “tempo hábil para ter a compreensão técnica de uma matéria de tamanha complexidade”.
Na sessão, Cedraz fez a apresentação de seu relatório sobre a privatização. Depois disso, Vital do Rêgo pediu a palavra para fazer “algumas reflexões” sobre o relatório. Neste momento, já indicou que pediria vista “pelo prazo regimental” e citou 60 dias.
O pedido de vista de 60 dias precisaria ser aprovado pelo plenário do TCU, que reúne todos os ministros.
No relatório apresentado nesta quarta-feira, o ministro Aroldo Cedraz sugeriu uma mudança na proposta original, abrindo espaço para a reestatização da empresa. Ele propõe que o governo federal possa, a qualquer tempo, reverter o processo de desestatização da Eletrobras, mediante pagamento de valores justos aos demais acionistas.
Cedraz também propôs que a área técnica do TCU avalie os impactos futuros de venda de potência de energia pela Eletrobras. Segundo ele, os estudos devem ser realizados tão logo haja um modelo regulatório mais definido sobre a venda de potência no Brasil.
Bolsonaro tem pressa para privatizar a Eletrobras. Um dos principais defensores da venda do controle da companhia ainda este ano é o ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo ele, o processo de privatização vai “destravar as fronteiras de investimento” no setor de energia.
Por outro lado, existe o receio de que o processo de privatização possa ser congelado, caso não avance em 2022.
Por: Dione Alves, jornalista
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