Alimentação em casa segura o IPCA em BH

Com queda de 1% em maio, o grupo alimentação na residência ajudou a segurar o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de Belo Horizonte, que teve alta de 0,44% no período, segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead). O índice que mede a evolução dos gastos das famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos chegou a ter alta de 0,80% no mês anterior.
Dentre os 11 grupos que compõem o IPCA, os aumentos mais expressivos foram de alimentos in natura (3,03%), bebidas em bares e restaurantes (2,03%) e alimentação em restaurante (1,55%). Em maio, o grupo alimentação teve alta de 0,09%, no ano o incremento foi de 1,49% e nos últimos 12 meses, elevação de 7,39%.
O grupo produtos administrados, que contempla transporte, comunicação, energia elétrica, combustíveis, água e IPTU, teve elevação de 1,98% em maio. Entre as quedas, além da alimentação na residência, ocorreram recuos para alimentos industrializados (-2,03%) e artigos de residência (-1,58%).
O gerente da Fundação Ipead, Eduardo Antunes, observa que a alimentação em restaurante envolve outras variáveis na composição dos preços, como os custos de energia, gás, transporte de funcionário e pagamento de salário. Ele ressalta que ônibus urbano teve alta de 22,74% em maio, o que impacta nos custos desse tipo de negócio. “O empresário acaba fazendo algum repasse, mesmo que não seja o integral”, observa. No mesmo mês, a passagem aérea registrou queda de 37,81%.
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Entre os produtos e serviços avaliados pela Fundação Ipead, empregado doméstico teve alta de 1,38% em maio, outros destaques foram perfume (9,34%) e bijuteria (19,04%). Já os recuos destacados foram do pão francês (-5,66%), iogurte com polpa de fruta (-18,50%), blusa feminina (-26,82%) e excursões (-2,69%).
Comparações
Se na passagem da terceira para a quarta quadrissemana houve queda no IPCA, o mesmo não aconteceu em maio de 2023 frente igual mês de 2022, quando o índice teve elevação de 0,07%. “Naquele mês, houve redução da tarifa de energia elétrica”, lembra Antunes. O recuo na ocasião foi de 10,30%.
Em 2023, o IPCA acumula crescimento de 4,52%, próximo do resultado de igual período de 2022: 4,59%. No acumulado dos últimos 12 meses, o índice teve elevação de 6,26%, abaixo do verificado em igual período do ano passado (10,58%).
Antunes diz que os preços do grupo alimentação estão voltando para o patamar razoável e que é complicado fazer projeções, já que os produtos sofrem a interferência de diversas variáveis não só nacionais, bem como do exterior. “Há muita volatilidade neste grupo”, frisa.
Para ele, a inflação ainda é preocupante. O gerente da Fundação Ipead observa que o reajuste na conta de energia de 14,91% deve ser sentido na inflação do próximo mês. O impacto no índice é de 0,19 ponto percentual (p.p). “Os combustíveis ficaram mais caros recentemente por causa da mudança da alíquota do ICMS, só que ainda não sabemos como será o comportamento ao longo do mês”, diz.
Ele lembra que em junho do ano passado houve reajuste dos planos de saúde, autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). No sexto mês de 2023, o plano de saúde individual teve alta de 15,40%, com impacto de 0,52 p.p na inflação. “Se o reajuste for de 10% a 12%, o impacto na taxa é da ordem de 0,30 ponto percentual”, explica. Normalmente a divulgação é feita entre maio e junho.
Cesta básica fica mais cara em BH
A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead) também divulgou ontem o levantamento do custo da cesta básica na capital mineira, que apresentou alta de 1,75%, em maio, com custo de R$ 701,27. O valor é equivalente a 53,13% do salário mínimo. Foi a primeira alta depois de três quedas mensais consecutivas.
O gerente da Fundação Ipead, Eduardo Antunes, destaca que os principais responsáveis pela alta do custo da cesta foram tomate (31,87%), açúcar cristal (4,65%), manteiga (2,82%) e feijão carioquinha (2,39%). Os principais recuos foram nos itens óleo de soja (-11,33%), banana caturra (-6,50%) e farinha de trigo (-2,79%).
Em maio de 2022, o morador de Belo Horizonte pagava R$ 680,80 pela cesta básica. No ano de 2023, o custo caiu 1,44% e em 12 meses acumula alta de 3,01%.
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