Economia

Allianz Trade estima crescimento de 3,1% do PIB brasileiro em 2023

Os economistas da Allianz Trade ainda esperam redução no ritmo de crescimento da inflação no Brasil
Allianz Trade estima crescimento de 3,1% do PIB brasileiro em 2023
As previsões de crescimentos para o País no ano foram revisadas para cima pelos economistas da Allianz Trade | Crédito: Marcos Santos / USP Imagens

A taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve encerrar o ano com variação de 3,1%, apenas 0,1 ponto percentual (p.p.) acima do que foi registrado em 2022 (3%). É o que apontam os dados divulgados no relatório Global Economic Outlook da Allianz Trade, empresa especializada em seguros de crédito comercial.

A economista sênior para Ibero-LatAm da multinacional, Roberta Fortes, relata que, apesar do baixo resultado frente ao ano anterior, as previsões de crescimentos para o País em 2023 foram revisadas para cima pelos economistas, ficando 1 p.p. acima da estimativa anterior (2,1%).

Ela explica que essa correção foi motivada por algumas surpresas positivas apresentadas pelo setor agrícola e por uma resiliência no consumo no primeiro semestre, causada pela expansão fiscal e um mercado de trabalho favorável, apesar das condições financeiras restritas.

Já para 2024, Roberta Fortes espera desaceleração na economia devido a condições financeiras ainda restritas, queda no ritmo de crescimento da economia global, expectativas de uma política fiscal mais rígida e uma provável pequena surpresa no lado agrícola. A estimativa para o PIB brasileiro é de crescimento de apenas 1,3% no próximo ano, com a demanda doméstica sendo o principal impulsionador desse avanço.

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O relatório estima que o PIB global deve encerrar 2023 com um crescimento de 2,7%, 0,3 p.p. abaixo do alcançado no último ano (3%). Já a expectativa para o próximo ano, é de crescimento de 2,4%.

Desaceleração da inflação, segundo Allianz Trade

Quanto à inflação no Brasil, a expectativa é de uma tendência de desaceleração, com taxa de 5,1% em 2023, 4,2% no próximo ano e de 3,5% em 2025. Essa estimativa de desaceleração se repete no cenário mundial, com uma inflação de 6,3% neste ano, de 4,3% em 2024 e 3,4% em 2025.

Os economistas da Allianz afirmam que há evidências de que a atividade econômica está se encaminhando para uma desaceleração acentuada a partir do final deste ano. Segundo eles, existem sinais claros de que a política monetária está restringindo a atividade econômica, principalmente através da queda na demanda de crédito.

“Dado o efeito defasado da política monetária na economia real, a desinflação contínua e uma perspectiva econômica sombria, acreditamos que o banco central atingiu o pico cíclico nas altas das taxas de política”, destacam.

Eles também esperam por uma volatilidade nas taxas de câmbio de moedas locais e dos mercados emergentes até o final do ano antes de continuarem sua trajetória de queda. “À medida que alguns bancos centrais que agiram no início do ciclo começam a reduzir as taxas de juros (como Brasil, Chile e Polônia), esperamos que a dinâmica incerta da inflação torne essa fase inicial de normalização turbulenta. Isso pode se traduzir na necessidade de reverter algumas das reduções (mais provável na Europa Oriental) ou desacelerar as reduções de taxas de juros”, afirmam os autores.

Ações em mercados emergentes

O relatório ainda sugere que as ações de mercados emergentes estão posicionadas para um ano sem brilho em 2024, após ficarem atrás dos Estados Unidos novamente em 2023. Embora eles tenham ficado atrás dos EUA e da Europa, 2023 viu o retorno dos mercados fortemente ligados aos EUA e ao setor de tecnologia.

“No entanto, as mesmas nuvens que pairam sobre o mercado dos EUA e que nos fazem esperar uma correção até o final do ano também se aplicam aos mercados emergentes, com o risco adicional de que o dólar dos EUA possa se fortalecer ligeiramente até o final do ano”, observa o relatório.

O estudo também ressaltou que a situação na China, embora crucial, é mais difícil de prever. Algumas avaliações baseadas em fundamentos parecem retratar as ações chinesas como baratas, mesmo quando a China faz a transição para taxas de crescimento estruturalmente mais baixas. No entanto, para os economistas o componente político desafiador não gera otimismo, especialmente para investidores estrangeiros.

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