Alta da energia elétrica mantém inflação positiva na RMBH

Puxado pela alta da energia elétrica, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) apresentou avanço de 0,25% em junho deste ano. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação registrada na região ficou bem próxima da média nacional, que foi de 0,26%.
Na avaliação de especialistas ouvidos pela reportagem do Diário do Comércio, o índice ainda é elevado, porém menor do que o esperado pelo mercado, representando uma desaceleração importante.
Na avaliação da economista-chefe do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Izak Silva, o resultado é ainda melhor na RMBH, que estava performando acima dos índices do Brasil há alguns meses. “Tivemos por aqui reajuste na tarifa de táxi, na tarifa de habitação, na tarifas de saneamento básico e na tarifa de energia e mesmo assim estamos nos igualando ao Brasil”, explica.
Quando se observa o acumulado do ano, a Região Metropolitana de Belo Horizonte está com alta de 3,09%, enquanto no Brasil o resultado é de 3,06%. “O que observamos é uma convergência do IPCA da RMBH para o IPCA do Brasil”, afirma.
Para Izak Silva, o resultado demonstra sinais de arrefecimento da inflação que deverá ceder nos próximos meses. “Essa inflação da Região Metropolitana também está impactada pelo arrefecimento da atividade econômica que é um efeito natural das taxas de juros mais elevadas”, avalia.
No grupo Habitação (2,31%), sobressai o aumento da energia elétrica residencial (6,82%), principal impacto individual positivo no índice da RMBH. Desde o dia 28 de maio, passou a vigorar a bandeira tarifária vermelha, com a cobrança adicional de R$ 4,46 a cada 100 kwh consumidos.
Para os clientes da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) definiu um reajuste de 7,36%. O novo valor foi determinado para todos os clientes residenciais da Cemig, com exceção dos consumidores beneficiados pela tarifa social, que tiveram um acréscimo de 2,02%.
Outro resultado que contribui positivamente para o IPCA-15 da RMBH foi o do grupo de transportes (-0,59%) que apesar de ter apresentado deflação, contou, em Belo Horizonte, com reajuste médio dos táxis em 8,71% nas tarifas, a partir de 7 de junho, gerando um resultado de alta de 1,11% para o subitem transporte público.
Em junho, dos nove grupos pesquisados, cinco apresentaram inflação e quatro tiveram queda. Além de Habitação (2,31%), contribuíram para o resultado positivo do índice o grupo Comunicação (0,47%), Vestuário (0,37%), Saúde e cuidados pessoais (0,23%) e Alimentos e bebidas (0,07%).
Por outro lado, os grupos Artigo de residência (-0,31%), Despesas pessoais (-0,1%), Educação (-0,03%) e Transporte em geral (-0,59%) registraram queda no período e ajudaram a frear a inflação no mês.
Para o coordenador do curso de Ciências Econômicas do Centro Universitário Ibmec, Ari Francisco de Araujo Junior, o resultado foi um pouco menor do que o esperado, porém ainda contribuiu para manter a inflação brasileira acima da meta.
Ele destaca ainda que os grupos de alimentos e educação foram importantes para a redução do índice e lembra a contribuição do grupo saúde para o resultado de alta, uma vez que os planos de saúde tiveram alta de preços autorizada.
Ouça a rádio de Minas