Aluguel em Belo Horizonte sobe 15,73% em 12 meses e supera inflação; veja os bairros mais caros

O preço do aluguel residencial em Belo Horizonte acumula uma alta de 15,73% nos últimos 12 meses, de acordo com o mais recente Índice FipeZAP de Locação Residencial, divulgado no último mês de abril. O percentual coloca a capital mineira entre as maiores altas do País no período, bem acima da inflação oficial medida pelo IPCA, que foi de 5,53% no mesmo intervalo.

“A alta nos preços do aluguel em Belo Horizonte é impulsionada principalmente pela boa performance do mercado de trabalho local, que garante renda suficiente para que os locatários absorvam os reajustes. Além disso, o desaquecimento do mercado de vendas, provocado pelo aumento dos juros e pela menor oferta de crédito, leva mais famílias a optarem pelo aluguel em vez da compra, pressionando os preços da locação”, explica a economista do DataZap, Paula Reis.

Somente no mês de abril, os aluguéis em Belo Horizonte tiveram avanço de 1,72%, intensificando o ritmo de crescimento observado desde o fim de 2024. No acumulado do ano, de janeiro a abril, o aumento chega a 6,32%, também acima da média nacional apurada pelo Índice FipeZAP, que foi de 4,51%.

“O desempenho acima da média nacional reflete um aquecimento mais robusto do mercado de locação em Belo Horizonte, alinhado com o padrão observado nas capitais do Sudeste”, destaca a economista.

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O preço médio do metro quadrado em Belo Horizonte ficou em R$ 45,87, ainda abaixo da média nacional (R$ 48,66) e bem distante dos valores praticados em cidades como São Paulo (R$ 60,45/m²) e Recife (R$ 57,74/m²). Mesmo assim, o avanço expressivo no índice indica aquecimento contínuo no mercado de locações da capital mineira.

Bairros com aluguel mais caros em Belo Horizonte 

Com base no Índice FipeZAP de abril de 2025, os bairros com os aluguéis mais caros de Belo Horizonte (preço médio por metro quadrado) são:

• Santo Agostinho – R$ 64,90/m²
• Savassi – R$ 64,80/m²
• Belvedere – R$ 61,70/m²
• Lourdes – R$ 58,60/m²
• Funcionários – R$ 52,90/m²
• Buritis – R$ 46,60/m²
• Serra – R$ 44,00/m²
• Sion – R$ 42,80/m²
• Santa Lúcia – R$ 39,10/m²
• Santo Antônio – R$ 34,50/m²

Esses dados refletem a média dos anúncios para novos contratos, e não consideram correções em aluguéis vigentes. A alta concentração de bairros da Região Centro-Sul na lista confirma a valorização dessa área como a mais cara para locação em Belo Horizonte.

A escalada nos preços acompanha um movimento de valorização mais acentuado nos imóveis de um dormitório, que, segundo o relatório, apresentaram a maior alta entre os tipos de unidades analisados. Essa tendência está alinhada com o crescimento da demanda por unidades menores, especialmente entre jovens profissionais e pequenos núcleos familiares.

Aluguel como fonte de investimento 

A rentabilidade do aluguel em Belo Horizonte, calculada pela razão entre o valor de locação e o preço de venda dos imóveis, foi de 5,11% ao ano em abril, abaixo da média nacional (5,92% a.a.) e distante das capitais com os maiores retornos, como Manaus (8,51%) e Belém (8,35%).

Ainda assim, o índice revela que o setor de locação continua atraente para investidores em BH. A valorização consistente dos aluguéis — acima da inflação e de outros índices econômicos — fortalece a percepção de segurança e retorno no mercado imobiliário da cidade.

“A expectativa é que o mercado de locação em Belo Horizonte permaneça aquecido até o fim de 2025. O aluguel deve continuar valorizando acima da inflação, com famílias de classe média adiando a compra e optando pelo aluguel”, conclui Paula Reis.

O FipeZAP monitora os preços de imóveis residenciais em 36 cidades brasileiras, com base em anúncios de apartamentos prontos veiculados na internet. O índice não considera os contratos em vigor, mas reflete com mais agilidade a dinâmica entre oferta e demanda no setor. A tendência observada em Belo Horizonte reforça o cenário de reajuste contínuo dos preços, impulsionado pelo aumento da procura e pela retomada de investimentos em habitação urbana.