Aluguel fica 0,19% mais caro na Capital

Embora o preço do aluguel em todo o País tenha acumulado alta de 0,77% no primeiro semestre deste ano, no mês passado o índice FipeZap, que acompanha o comportamento dos preços de locação de imóveis em 11 capitais e 14 grandes cidades brasileiras detectou tendência à estabilidade dos preços das locações de imóveis.
“Enquanto mantivermos a incerteza atual na recuperação da atividade econômica, do emprego e da renda, a situação continuará frágil. Por isso, penso que o preço dos aluguéis deve manter esse comportamento mais tímido por algum tempo”, disse o coordenador do FipeZap, Eduardo Zylberstajn.
Belo Horizonte apresentou alta de 0,19% em junho no valor médio dos aluguéis, mas o comportamento do preço de locação de imóveis residenciais ficou abaixo da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IPCA/IBGE), que, no último mês, registrou alta de 0,53%, e do Índice Geral de Preços do Mercado calculado pela Fundação Getulio Vargas (IGP-M/FGV), que teve alta neste período de 0,60%.
Segundo Zylberstajn, embora a alta dos aluguéis tenha alcançado 0,11% em maio, observou-se queda nos valores das locações de imóveis em São Paulo, que recuou 0,49%; no Rio de Janeiro, que contabilizou redução de 0,15%; e em Porto Alegre, onde os valores caíram 0,06%.
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Segundo Zylberstajn, a tendência de estabilização está relacionada ao aumento das negociações entre proprietários e locatários. Foram registradas altas nos preços dos aluguéis em outras capitais como Goiânia (+1,14%), Fortaleza (+0,82%), Curitiba (+0,75%), Brasília (+0,68%), Florianópolis (+0,31%), Recife (+0,28%), Salvador (+0,19%), que teve a mesma variação que a capital mineira.
Mas ele acredita que o atual cenário econômico é favorável à estabilização dos preços. “Neste mês, ainda conforme o coordenador, esta tendência refletiu as quedas de índices, que estavam registrando altas mensais inferiores às apuradas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA/IBGE) que cresceu +0,53% e pelo IGP-M/FGV, que teve alta de +0,60%“, afirmou.
Ainda conforme o coordenador, os dados, na verdade, mostram o descolamento entre o comportamento do IGP-M dos preços de novos aluguéis. “Evidentemente, por causa desse descolamento, há muito questionamento na hora de reajustar os valores pelo IGP-M, resultando em uma queda do preço médio do aluguel residencial. Individualmente, a estabilidade refletiu o contraste”, afirmou o coordenador.
Preço por município
Ainda conforme a pesquisa feita pelo FipeZap em 25 cidades, o preço médio do aluguel encerrou o mês de junho em R$ 30,68/m² . Entre as 11 capitais monitoradas, São Paulo se manteve como a capital com o preço mais elevado (R$ 39,36/m²), seguida por Brasília (R$ 33,38/m²), Recife (R$ 32,77/m²) e Rio de Janeiro (R$ 31,41/m²).
Já entre as capitais monitoradas com menor valor de locação residencial estão: Fortaleza (R$ 17,47/m²), Goiânia (R$ 18,65/m²), Curitiba (R$ 22,24/m²) e Porto Alegre (R$ 24,23/m²).
Nos últimos 12 meses, o Índice FipeZap de Locação Residencial registrou ligeira alta de 0,11%, índice inferior à variação dos preços apurada pelo IPCA/IBGE (+8,35%) e pelo IGP-M/FGV (+35,75%) neste período. Mas, à exceção de São Paulo e de Porto Alegre, onde foram registrados recuos de 4,76% e 3,10% no preço médio do aluguel, nos últimos 12 meses registraram alta capitais como: Recife (+6,12%), Goiânia (+4,93%), Curitiba (+3,91%), Salvador (+3,47%), Brasília (+3,32%), Belo Horizonte (+2,28%), Rio de Janeiro (+1,55%), Fortaleza (+1,21%) e Florianópolis (+0,63%).
Rentabilidade
Como investimento, ainda conforme Eduardo Zylberstajn, no primeiro semestre, o retorno médio decorrente da atualização dos valores do aluguel residencial permaneceu estável, encerrando junho em 4,64% ao ano, taxa maior que outros tipos de aplicação financeira como a poupança e os fundos de renda fixa.
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