Economia

Aluguel residencial sobe em BH

Aluguel residencial sobe em BH
Crédito: Alisson J. Silva/Arquivo DC

Após dois anos consecutivos com crescimento abaixo da inflação, o preço dos aluguéis residenciais em Belo Horizonte superou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2018. No exercício passado, os custos dos imóveis para locação na capital mineira aumentaram 5,73% sobre 2017, enquanto a inflação encerrou o ano com aumento de 3,75% no mesmo tipo de comparação. A tendência é que o mesmo ocorra com a média brasileira em 2019.

Os dados integram o Índice FipeZap da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e confirmam as projeções feitas desde o início de 2018. Segundo o pesquisador da Fipe, Bruno Oliva, os aumentos dos preços em Belo Horizonte foram sendo observados mês a mês, de maneira que culminaram com a elevação superior à inflação no fim do exercício.

Por outro lado, no caso do índice nacional, segundo ele, o ritmo foi um pouco mais lento, tendo encerrado o ano com aumento de 2,33%, abaixo da inflação de 3,75%. Este movimento reflete a retomada da demanda. Aos poucos a economia começa a se aquecer e o consumidor retoma a confiança, o que devolve o ritmo ao setor. “Em Belo Horizonte e outras cidades já foi possível observar isso no ano passado. Em outros locais e na média do País, esta tendência deverá ocorrer a partir deste exercício”, disse.

Conforme o índice, além da capital mineira, destacaram-se com aumento dos preços de aluguéis residenciais acima do IPCA em 2018, Florianópolis (3,89%), São Paulo (3,93%), Distrito Federal (4,97%), Florianópolis (3,89%), Curitiba (6,21%), Recife (7,21%) e São Bernardo do Campo (9,49%).
Na outra ponta, tiveram queda nos preços Fortaleza (-1,17%), Niterói (-2,78%), Rio de Janeiro (-3,48%) e outras cidades.

No entanto, Oliva ponderou que a confirmação da expectativa positiva depende ainda do desempenho da economia no decorrer de 2019. “A melhora como um todo e a retomada de um crescimento real ainda dependem da maneira como as coisas vão ser guiadas pela equipe econômica do atual governo. Principalmente em relação à demanda, pois tivemos uma queda forte entre 2014 e 2015, em função da desaceleração do mercado de trabalho”, comentou.

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Metro quadrado – Quanto ao preço médio do metro quadrado cobrado em cada cidade, Belo Horizonte apareceu em nono lugar no levantamento, com R$ 21. Em primeiro lugar veio São Paulo com R$ 37,04, em seguida, Rio de Janeiro, com R$ 30,10. Depois vieram Distrito Federal (R$ 29,83%), Santos (R$ 29,31), Recife (R$ 26,03), Florianópolis (R$ 23,20), Porto Alegre (R$ 21,32) e Campinas (R$ 21,31).

Já em relação a rentabilidade do negócio de locação de imóveis residenciais, o estudo mostrou que em Belo Horizonte fechou 2018 em 3,8%, pouco acima da taxa de juros real (3%) e do rendimento real da poupança (0,8%). Neste caso, o maior rendimento ficou com Santos: 6,6%.

“A verdade é que, nos últimos anos, o investimento em imóveis para aluguel deixou de ser rentável, o que não signifique que não possa voltar a ser”, ponderou o especialista.

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