Economia

Mineradora enfrenta sumiço de fontes de Césio-137; investigações continuam

Polícia Civil de Minas Gerais também está conduzindo as apurações depois que o material radioativo foi extraviado no Sul de Minas
Mineradora enfrenta sumiço de fontes de Césio-137; investigações continuam
O Césio-137 emite radiação eletromagnética de longo alcance | Crédito: Adobe Stock

A Diretoria de Radioproteção e Segurança (DRS) da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) enviou, nesta quarta-feira, uma equipe de investigação à mineradora AMG Brasil, em Nazareno, no Sul do Estado. O objetivo é apurar o desaparecimento de duas fontes sedadas contendo Césio-137, ocorrido na última quinta-feira, 29 de junho. Essa situação levantou sérias preocupações e requer uma análise minuciosa para determinar as circunstâncias e as possíveis implicações desse incidente.

A Polícia Civil de Minas Gerais também está conduzindo uma investigação sobre o extravio das fontes. A mineradora AMG Brasil registrou uma ocorrência na Polícia Militar em 30 de junho, após um empregado constatar que as fontes haviam desaparecido. A empresa, imediatamente, iniciou uma apuração interna para apurar o ocorrido, conforme informou em nota.

O que se sabe até agora sobre o caso?

De acordo com o registro policial, uma das fontes de Césio-137 foi guardada com segurança por um funcionário em 22 de maio. No entanto, no dia seguinte, o metal já não estava mais presente. A outra fonte estava instalada em uma tubulação de difícil acesso e também desapareceu.

De acordo com a empresa, essas fontes são utilizadas em equipamentos medidores de densidade. A CNEN, ao ser acionada, em 29 de junho, está, no momento, com técnicos no local para coletar informações e verificar as ações de radioproteção.

Especialista avalia os riscos de contaminação

Professora do Departamento de Engenharia Nuclear da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Antonella Lombardi Costa ressalta que o risco de contaminação das fontes é reduzido. “Esse é um caso bem menos grave do que aquele que ocorreu em Goiânia em 1987”, diz. “Como as fontes são seladas, não há risco de espalhamento, pois são materiais cerâmicos sólidos”, afirma.

Ela explica que, segundo a mineradora, as fontes são encapsuladas por um revestimento de aço. “Neste caso e na pior das hipóteses, que a pastilha cerâmica seja retirada de dentro do revestimento, e a pessoa tenha contato direto com o material, não ocorrerá nenhum sintoma a curto prazo, talvez nem a longo prazo. Isso vai depender muito de quanto tempo a pessoa fique em contato com a pastilha”, explica.

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