AMG pretende definir o local de instalação da nova planta de lítio neste ano

A AMG Brasil, subsidiária da holandesa AMG Critical Minerals, pretende definir, ainda neste ano, o local que abrigará sua nova operação: uma planta química para conversão do concentrado de espodumênio em carbonato de lítio. Cinco lugares estão na disputa para receber a instalação, cujo investimento será em torno de US$ 270 milhões (mais de R$ 1,5 bilhão na cotação atual).
Atualmente, a empresa tem duas operações no País, todas na região do Campo das Vertentes, em Minas Gerais. Em São João del-Rei, a companhia produz materiais especiais, como óxidos de tântalo. Entre Nazareno e São Tiago, fabrica materiais críticos, como o próprio concentrado de espodumênio, um dos fatores para o projeto original prever a nova unidade na divisa das cidades.
Entretanto, a companhia também estudou outros locais que tenham condições e interesse em abrigar a planta. Um deles foi Uberaba, onde visitaram recentemente para conhecer e dialogar com a prefeitura. O desejo demonstrado pelo município em sediar a instalação, além da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) que será inaugurada por lá, atraíram os dirigentes.
Mas a cidade do Triângulo Mineiro não foi a única a receber visitas. Ao Diário do Comércio, o CEO da AMG Brasil, Fabiano Costa, revela que a empresa também visitou o Vale do Jequitinhonha, entre Salinas e Araçuaí, região que está sendo transformada em um “vale do lítio”, além de Teófilo Otoni, no Norte do Estado, e Aracruz, no Espírito Santo – ambas com ZPEs.
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Parâmetros em avaliação
O executivo pondera que existem certos parâmetros para definir o local de instalação de uma planta de lítio como a que planejam, assim como para um aplicar um investimento desse porte. Entre os critérios, estão, por exemplo, a disponibilidade de recursos, a infraestrutura logística e os incentivos fiscais. Ele ressalta que é necessário entender qual município está mais disposto a receber a unidade para que a companhia possa construir e realmente ser bem-vinda.
Costa salienta que não adianta o interesse ser somente do empreendedor, que é preciso ter um desejo político para que o negócio saia do papel. Para o CEO, essa disposição não pode ser demonstrada apenas com “tapinha nas costas”, mas, sim, com incentivos reais para a construção.
“Agora temos um número ‘congelado’ de localidades. Estamos fazendo isso de maneira independente, com uma empresa de renome mundial, que está nos ajudando a ponderar todos os parâmetros para ver onde faz mais sentido implementar essa planta”, ressalta, dizendo que precisam tomar a decisão logo e que a expectativa é que a definição ocorra até o fim do ano.
Compromisso com o Campo das Vertentes e Minas Gerais
O CEO da AMG Brasil, que é mineiro e tem o desejo de que a planta seja construída no Estado, afirma que tem compromissos com Minas Gerais e o Campo das Vertentes. Ele ressalta que, após a avaliação ser concluída, vai conversar com Romeu Zema (Novo) e que não tomará nenhum passo sem seu aval, e que também vai se reunir com os prefeitos de Nazareno e São Tiago.
Conforme o executivo, os estudos de engenharia básica da futura planta química de lítio já foram finalizados e, após definir o local de implantação, o próximo passo é realizar os estudos de engenharia detalhada. O cronograma da empresa é de que a construção comece entre o fim de 2025 e início de 2026 para que a meta de iniciar a nova operação em 2028 possa ser cumprida.
Serão criados aproximadamente 150 empregos diretos quando a unidade entrar em funcionamento. Segundo ele, esse número leva em consideração o projeto no Campo das Vertentes, onde a companhia seria capaz de otimizar a força de trabalho, e caso o empreendimento seja implementado em outra localidade, serão geradas em torno de 280 vagas.

Expansão produtiva e verticalização dos processos
Recentemente, a AMG Brasil concluiu o rump-up da expansão produtiva realizada na planta de beneficiamento de concentrado de lítio entre Nazareno e São Tiago. A ampliação possibilitou que um crescimento na produção de 45%, para 130 mil toneladas por ano.
O projeto recebeu um investimento de US$ 57 milhões (em torno de R$ 317 milhões), segundo o CEO da companhia, Fabiano Costa. Foram gerados 300 postos de trabalho, dos quais 60 diretos.
No dia 18 de setembro, a AMG vai inaugurar uma refinaria na Alemanha – evento que contará com a presença do vice-governador de Minas Gerais, professor Mateus Simões (Novo), de acordo com o executivo. Ele destaca que, em um futuro próximo, o empreendimento deverá ser alimentado com o material produzido na planta química que a empresa implantará no Brasil.
Costa explica que a produção do Campo das Vertentes precisa passar por uma conversão feita na China, transformando o concentrado em carbonato de lítio que, posteriormente, é enviado para alimentar a subsidiária alemã. Mas a ideia é evitar essa rota e verticalizar os processos com a instalação da nova operação no País, considerada como o projeto mais ambicioso da companhia.
Alinhado à expansão da fabricação de lítio, a AMG Brasil segue trabalhando para expandir a de tântalo, que elevará o volume produzido em 100 mil libras por ano, para 400 mil libras anuais. Em curso, o projeto será concluído em agosto de 2025, com previsão de atingir a capacidade total a partir do quarto trimestre do mesmo ano. Conforme o CEO, serão gerados 29 empregos diretos.
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