Plataforma que ajuda MPEs fatura R$ 30 mil por mês
Os microempreendedores Marilze de Oliveira e Silva e Wladir Aielo, sócios de uma fábrica de papéis no município de Carambeí, no Paraná, desejavam ampliar o negócio, mas não estavam em uma situação financeira favorável.
Eles então receberam a proposta que foi a solução para seus problemas: uma oferta para obterem capital de giro a juros bem abaixo dos praticados no mercado. Isso só foi possível graças à antecipação de recebíveis já programados que iriam demorar a entrar no fluxo de caixa da empresa.
“Queríamos adquirir mais uma máquina para a produção e mais um veículo para entrega, mas não tínhamos o dinheiro necessário em caixa. Com a antecipação, conseguimos dar este passo importante em nosso negócio”, declara Marilze.
A proposta partiu da Giro.Tech, fintech que lançou uma plataforma digital que conecta agentes financiadores dispostos a fazer a antecipação para essas pequenas empresas.
“Quem compra quer esticar o prazo para pagamento, mas quem vende precisa receber. Às vezes, o dinheiro leva até 90 dias para entrar no fluxo de caixa do pequeno empresário. Isso impacta no pagamento de suas contas, dos funcionários e até mesmo da matéria-prima de seu negócio. O capital de giro ajuda a pequena empresa a continuar firme em seu mercado”, explica o sócio da Giro.Tech, Ronaldo Campos de Oliveira.
A nova fintech fechou 2019 com R$ 44 milhões em antecipações com uma taxa de desconto a partir de 1%, ou seja, bem abaixo das comumente utilizadas no mercado, que, para o pequeno empresário, geralmente partem de 3% e podem chegar a 10%.
Segundo Oliveira, isso é possível porque a Giro.Tech integra o sistema da compradora à sua plataforma e conecta as solicitações de antecipação ao sistema do financiador da operação, que pode ser um Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC), disponibilizando a este os recebíveis e o status de que o serviço ou o produto já foi entregue a ela e que não terá contestações futuras devido a problemas com o produto ou serviço prestado por esse fornecedor.
Segundo Oliveira, o recurso também tem se mostrado cada vez mais importante para as grandes empresas, tendência europeia que chega com força no Brasil.
“As empresas estão cada vez mais preocupadas com a saúde financeira de seus fornecedores, já que isso melhora a relação entre as duas partes e principalmente a qualidade dos produtos e serviços entregues. Além disso, tomar medidas que ajudam a fortalecer a cadeia de fornecedores é algo que tem sido valorizado e bem-visto no mercado”, conta.
Para 2020 a projeção é que a fintech opere mais de R$ 400 milhões potenciais antecipações com contratos já firmados para o ano e pretende expandir este número em pelo menos duas vezes para 2021.
Ouça a rádio de Minas