Anel Rodoviário: história, acidentes, trânsito agora e obras da via

O Anel Rodoviário de Belo Horizonte é uma via dedicada ao trânsito rápido e pesado de veículos que circulam pela capital mineira. Ele começou a ser construído no fim da década de 1950 e foi inaugurado em 1963 para desviar o tráfego de carga que crescia e passava pela área central da cidade.
Atualmente, é um dos corredores de trânsito urbano mais movimentados da capital mineira, recebendo diariamente algo em torno de 130 mil veículos. Seu papel tornou-se essencial para o escoamento de produtos, mas também para o cotidiano dos cidadãos moradores da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), cortando algumas das principais vias da região e ligando bairros e cidades adjacentes.
Embora seja protagonista na ligação de destinos e no desenvolvimento econômico, a rodovia enfrenta, há muitos anos, vários desafios e adversidades. Por não acompanhar a evolução urbana, com o crescimento populacional do seu entorno e da frota veicular, acidentes e problemas de segurança tornaram-se recorrentes, bem como congestionamentos em determinados horários.
Neste artigo, você se informará sobre a história do Anel Rodoviário e sua atualidade, além das melhorias propostas pelos governos municipal e estadual que impactam diretamente a rodovia que corta a terceira maior metrópole do Brasil.
Abaixo, informações sobre o movimento no Anel Rodoviário para você poder seguir pela via sem surpresas e com segurança.
Acidentes no Anel Rodoviário
Muita negligência e falta de investimentos. Com esse cenário, o Anel Rodoviário da Capital se transformou em um palco de colisões, engavetamentos e ocorrências trágicas quase que diariamente. Isso fez com que se tornasse a via com o maior número de acidentes no Estado.
Parte dos mineiros faz tudo o que pode para que não passar pelo local. A aflição de ficar preso em um longo engarrafamento é constante, mas o medo de ser mais uma vítima é ainda maior.
Para se ter uma ideia, somente em 2022, a Polícia Militar Rodoviária registrou aproximadamente 730 acidentes com vítimas no Anel Rodoviário, o que resultou em 60 mortes. Sob a responsabilidade da corporação, estão o policiamento e a fiscalização da estrada, além do atendimento a ocorrências.

Trânsito no Anel Rodoviário agora
Pretende ou precisa passar pelo Anel Rodoviário e gostaria de se informar antes sobre a situação do trânsito no local? Você pode acompanhar notícias de acidentes, interdições de pista e outros alertas sobre o fluxo na rodovia em páginas oficiais e não oficiais nas redes sociais.
Nos links a seguir, estão três perfis do Twitter que eventualmente publicam informações sobre as condições momentâneas da via. Para acompanhá-los, clique aqui, aqui ou aqui.
Obras
Visando melhorar a infraestrutura da estrada para superar os desafios enfrentados e aumentar a segurança dos usuários, diversas intervenções de modernização e ampliação foram pensadas para o Anel Rodoviário de Belo Horizonte. Algumas saíram do papel, outras ficaram pelo caminho.
Uma das obras que, de fato, foi concretizada foi a área de escape construída em um dos trechos mais perigosos da via, no km 541, entre a BR-040 e o trevo do bairro Betânia, a poucos metros do acesso ao bairro Buritis. O governo municipal investiu R$ 3,5 milhões no projeto.
A rampa de contenção completou um ano de existência em agosto de 2023. Em seus primeiros 12 meses, o mecanismo evitou 22 potenciais acidentes, dos quais 13 deles envolviam carros de passeio e outros nove envolviam veículos pesados como caminhões, carretas, ônibus e guindaste.
Para conhecer a história da área de escape do Anel Rodoviário e ver como funciona o recurso implementado na estrada, confira este vídeo publicado pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).
Além disso, prevendo melhorar o trânsito não só da via, mas também de outros importantes corredores da Capital, um novo pacote de intervenções foi anunciado para o Anel Rodoviário.
Com recursos federais estimado em R$ 1,5 bilhão, no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-3), estão previstas obras em oito pontos da estrada, que incluem a edificação de novos viadutos e o alargamento dos já existentes, além de alças viárias e passarelas.
Existe a possibilidade de que parte dos recursos também seja utilizada para a construção de uma segunda área de escape no Anel Rodoviário. O local ainda não foi definido, mas há estudos em andamento.

Abaixo você confere quais trechos serão contemplados, a previsão de início das obras ou da licitação do projeto executivo e o que será realizado em cada local. Acesse aqui para conferir imagens das intervenções.
- Viaduto da BR-040 sobre o Anel Rodoviário
Período inicial: abril de 2024
Obras: Novas alças viárias e implantação de novo viaduto - Viaduto sobre a Av. Amazonas
Período inicial: setembro de 2024
Obras: Alargamento do viaduto existente, implantação de dois novos viadutos, alças e passarela - Viaduto sobre a Av. Presidente Antônio Carlos
Período inicial: setembro de 2024
Obras: Alargamento de viaduto existente, alças e passarela - Pontilhão ferroviário bairro Betânia
Período inicial: setembro de 2024
Obras: Alargamento de viaduto existente, alças e passarela - Viaduto sobre a Av. Tereza Cristina
Período inicial: Licitação de projeto executivo em janeiro de 2024
Obras: Alargamento do viaduto existente, implantação de novo viaduto, alças e passarela - Viaduto da Praça São Vicente
Período inicial: Licitação de projeto executivo em janeiro de 2024
Obras: Implantação de quatro novos viadutos e alças viárias - Viaduto sobre a Av. Pedro II
Período inicial: Licitação de projeto executivo em janeiro de 2024
Obras: Implantação de dois novos viadutos e alças viárias - Viaduto sobre a Av. Cristiano Machado
Período inicial: Licitação de projeto executivo em janeiro de 2024
Obras: Alargamento de viaduto existente e implantação de novo viaduto
Anel Rodoviário vai se transformar em Rodoanel? Entenda
A alternativa encontrada pelo Governo de Minas para solucionar os problemas com trânsito e acidentes constantes no Anel Rodoviário foi a construção de um Rodoanel, que passará por fora da via atual.

Com a rodovia, espera-se uma redução do tempo de viagem entre 30 e 50 minutos e uma diminuição do fluxo de pelo menos cinco mil caminhões na área urbana da Capital, incluindo o Anel Rodoviário. A estimativa é de que cerca de mil acidentes sejam evitados por ano. O Estado considera o Rodoanel como a obra de maior transformação da mobilidade urbana da Grande BH.
O Rodoanel também será a maior Parceria Público-Privada (PPP) da história de Minas Gerais. Com recursos do Acordo de Brumadinho, o governo estadual vai aportar no projeto R$ 3,07 bilhões. A italiana INC S.P.A, concessionária responsável pela rodovia pelos próximos 30 anos, investirá outros R$ 2 bilhões para financiar a implantação, manutenção e operação da estrada.
Com 100 km de malha rodoviária, o Rodoanel será composto por quatro alças. São elas: norte (43,9 km), oeste (25,8 km), sul (17 km) e sudoeste (13,28 km).
O projeto prevê que as obras da nova rodovia sejam iniciadas no segundo semestre de 2024 pela alça norte e avance para os demais seguimentos nos anos subsequentes. Ainda conforme o cronograma, a expectativa é que a implantação seja concluída até 2029.
Dando vazão ao intenso tráfego do Anel Rodoviário, o Rodoanel passará por 11 cidades da Grande BH.
Qual o tamanho do Anel Rodoviário de BH?
O Anel Rodoviário de BH tem cerca de 27 quilômetros de extensão. A via inicia-se na união das rodovias BR-262 e BR-381, na altura dos bairros Goiânia e Nazaré, na região Nordeste da Capital, e termina no encontro da BR-040 e BR-356, no bairro Olhos d’Água, na região Oeste.
Seu traçado, projetado para contornar o perímetro urbano da cidade, cruza importantes vias do município, entre elas, as avenidas Cristiano Machado, Presidente Antônio Carlos, Presidente Carlos Luz – mais conhecida como Catalão –, Pedro II, Via Expressa e Amazonas.
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