Economia

Anglo American estuda filtrar 100% dos rejeitos do Minas-Rio

Companhia mantém aportes bilionários no Sistema Minas-Rio em Conceição do Mato Dentro
Anglo American estuda filtrar 100% dos rejeitos do Minas-Rio
Atualmente, a companhia está construindo uma nova planta de filtragem que vai evitar o lançamento de até 85% dos resíduos | Crédito: Divulgação Anglo American

A Anglo American está desenvolvendo estudos para conseguir futuramente filtrar 100% dos rejeitos do complexo Minas-Rio, localizado em Conceição do Mato Dentro, na região do Médio Espinhaço. Com a iniciativa, a mineradora, uma das maiores do mundo, também seria capaz de reaproveitar os resíduos já despejados. O objetivo é evitar a necessidade de uso de barragens.    

A empresa mantém uma única barragem no Brasil, entre Conceição do Mato Dentro e Alvorada de Minas. A estrutura foi construída com aterro compactado e alteada a jusante, considerado o método existente mais seguro, segundo a companhia, que afirma manter um rigoroso monitoramento da barragem e dos diques de contenção 24 horas por dia, sete dias por semana. 

Com um Plano de Mineração Sustentável, que inclui uma metas para garantir que a mineradora trabalhe em prol de um meio ambiente saudável, a Anglo também está construindo uma planta de filtragem de rejeitos no Minas-Rio. A estrutura evitará o lançamento de até 85% dos resíduos para a barragem, trazendo mais vida útil e possibilitando a continuidade da operação do complexo.

“Trata-se de uma tecnologia de filtragem a vácuo, com separação da água que será reaproveitada no processo”, explica o diretor de Projetos, Euler Piantino. ”Essa implantação irá favorecer o desenvolvimento regional com a contratação de mão de obra, aumento do consumo de mercadorias e serviços, incentivo ao empreendedorismo local, arrecadação de impostos, entre outros benefícios”, destaca o gerente de Projetos Capital, Luciano de Matos Filho.

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Em fevereiro, o Diário do Comércio divulgou informações sobre a nova instalação, porém, o cronograma e o investimento foram atualizados pela companhia. À época, a CEO da Anglo American no Brasil, Ana Sanches, disse que o aporte total no projeto seria de R$ 4 bilhões, valor que subiu para cerca de R$ 5 bilhões, e que o término das obras estava previsto para 2026, prazo que foi adiantado, já que a expectativa agora é que a planta funcione já no fim de 2025. 

Soluções alternativas à disposição de rejeitos e projeções da empresa para 2024

Na mesma oportunidade, a executiva destacou ao veículo que o projeto é um forte sinal do comprometimento da mineradora em buscar soluções alternativas à disposição de resíduos, bem como aplicar recursos em Minas Gerais. Segundo ela, além dessa iniciativa, existe uma série de outras ações previstas e confirmadas para melhorias das operações em solo mineiro, carioca e goiano. A projeção da empresa é de investir em torno de R$ 12 bilhões no Brasil até 2027.

Com alguns ajustes e investimentos, a CEO acredita que, a médio prazo, a Anglo poderá alcançar uma produção anual de 31 milhões de toneladas de minério de ferro no Minas-Rio. De acordo com ela, verificar os gargalos operacionais do empreendimento e empregar capital para solucioná-los já permitiu que o grupo alcançasse níveis produtivos que sempre almejou. 

Ana Sanches ressaltou, na ocasião, que o complexo minerário em Conceição do Mato Dentro passou por uma curva de crescimento desde o início dos trabalhos, em 2014. De lá para cá, a empresa pôde conhecer melhor a operação e amadurecer a gestão, o que motivou o resultado do ano passado, quando atingiu 24,2 milhões de toneladas produzidas, um aumento anual de 12%.

O Minas-Rio tem uma capacidade nominal de produção de 26,5 milhões de toneladas e, para 2024, a estimativa da mineradora é de produzir entre 23 a 25 milhões. No segundo trimestre deste ano, o complexo obteve um desempenho recorde, segundo balanço divulgado pela companhia.

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