Economia

Anglo American vai investir cerca de US$ 300 milhões em sistema de flotação no Minas-Rio

Implementação dos equipamentos deve trazer um impacto médio na produção do Minas-Rio de 2,8 milhões de toneladas por ano
Anglo American vai investir cerca de US$ 300 milhões em sistema de flotação no Minas-Rio
Crédito: Ronaldo Guimarães

A Anglo American investirá cerca de US$ 300 milhões em um sistema de flotação no complexo Minas-Rio, em Conceição do Mato Dentro, na região Central de Minas Gerais. A informação consta em balanço financeiro divulgado pela mineradora nesta semana.

“O capex é predominantemente para colunas de flotação de recleaners, com expectativa de permitir maior rendimento, mantendo a qualidade do produto”, diz a empresa.

Ainda conforme os relatórios, a implementação dos equipamentos deve trazer um impacto médio na produção do Minas-Rio de 2,8 milhões de toneladas por ano entre 2028 e 2040. A mineradora também afirma que o investimento destinado para a instalação neste ano será menor que US$ 100 milhões, sem fornecer mais detalhes sobre a execução do projeto.

Em 2024, a Anglo investiu US$ 418 milhões no complexo, valor 13% superior ao do ano anterior. Segundo a companhia, o capital aumentou, principalmente devido ao início da fase de montagem da nova planta de filtragem de rejeitos, cuja operação está prevista para 2026.

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A empresa está desenvolvendo estudos para conseguir futuramente filtrar 100% das sobras da produção do Minas-Rio e ainda ser capaz de reaproveitar os resíduos já despejados.

A planta de filtragem que entrará em funcionamento no complexo no próximo ano, trata-se de uma tecnologia de filtragem a vácuo, com separação da água que será reaproveitada no processo produtivo, evitando lançamento de até 85% dos rejeitos para a barragem.

Companhia registrou prejuízo em 2024

Motivado, sobretudo, por uma baixa contábil na unidade de diamantes, a Anglo American teve um prejuízo de US$ 3,1 bilhões ano passado, após lucrar US$ 283 milhões em 2023. O Ebitda subjacente caiu 15%, para US$ 8,5 bilhões, refletindo preços 10% mais baixos.

Valores menores também impactaram o Ebitda subjacente do Minas-Rio, que atingiu US$ 1,1 bilhão, queda anual de 33%. Já os custos unitários recuaram 9%, para US$ 30/tonelada, principalmente em razão da desvalorização do real, ao maior volume de produção e ao reconhecimento e capitalização dos estoques de minério bruto a partir de 2024.

Por outro lado, a Anglo American registrou, no exercício anterior, a maior produção da história do complexo localizado em Minas Gerais, que entrou em operação há uma década. No período, a empresa produziu 25 milhões de toneladas de minério de ferro na unidade, o que representa um crescimento de 3% na comparação com 2023.

De acordo com a mineradora, o recorde do Minas-Rio foi resultado de planos robustos ao longo do ano que ajudaram a garantir o volume e a qualidade do minério para a planta, em conjunto com a boa estabilidade da unidade.

Para 2025, a estimativa da Anglo é de produzir uma quantidade menor de minério de ferro no complexo. A companhia prevê atingir entre 22 milhões e 24 milhões de toneladas. A justificativa para o recuo é a inspeção quinquenal do mineroduto responsável por escoar a produção até o Porto do Açu, no Rio de Janeiro, planejada para o segundo semestre.

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