Economia

AngloGold Ashanti avança na adoção da metodologia de rejeitos a seco

Em fase de adoção de medida em operações de Minas Gerais e Goiás, empresa já tem 55% dos resíduos tratados por processo
AngloGold Ashanti avança na adoção da metodologia de rejeitos a seco
Na unidade da Mina Cuiabá, em Sabará, o sistema da mineradora está 55% implementado | Crédito: AngloGold Ashanti / Divulgação

Com investimentos de R$ 765 milhões no decorrer do ano passado, a AngloGold Ashanti segue a todo vapor com a implementação da metodologia de disposição de rejeitos a seco em suas operações em Minas Gerais e Goiás. Atualmente, 55% dos resíduos da mineradora já estão tratados pelo novo método e a previsão é finalizar a transição dos processos ainda em 2022.

Embora a empresa não confirme os valores, informações dão conta de que a implementação da nova metodologia e o descomissionamento das barragens somem algo em torno de R$ 1,6 bilhão. A iniciativa, em desenvolvimento desde 2017, engloba quatro unidades operacionais: Mina Cuiabá (Sabará), Planta do Queiroz (Nova Lima), Córrego do Sítio (Santa Bárbara) e Serra Grande (Crixás-GO).

No detalhamento por unidade, vale destacar que na Mina Cuiabá o sistema está 55% implementado. A segunda filtragem avança no comissionamento, isto é, o equipamento é integrado e testado para garantir que todos os itens que compõem o sistema irão operar de forma correta e satisfatória. Nas próximas semanas, a unidade receberá seu terceiro filtro para complementar o processo de secagem do rejeito, que teve suas obras civis concluídas em novembro e a pré-montagem das estruturas metálicas já iniciadas.

Na Planta Queiroz, a implantação da filtragem está com as obras civis em

fase de conclusão e a montagem eletromecânica está em andamento, o que significa apenas 10% de implementação. No Córrego do Sítio, o segundo filtro foi instalado em dezembro e os testes com água iniciados, para que, posteriormente, rode com o rejeito em polpa. A montagem eletromecânica do terceiro filtro está em andamento, totalizando 50% do sistema implementado.

Já a unidade de Serra Grande já dispõe 100% do rejeito a seco, desde setembro do ano passado.

“Com o novo processo de disposição a seco, todo o rejeito gerado em nossas operações será filtrado e devidamente disposto, substituindo, assim, o uso das barragens atuais, que seguem seguras e estáveis. Com a implementação completa desse novo processo até 2022, a previsão é de que todas as barragens da AngloGold Ashanti deixem de receber rejeito da forma convencional”, informa a empresa.

O vice-presidente da AngloGold Ashanti Brasil, Camilo Farace, por sua vez, destaca que, embora o método de disposição a seco vá substituir a deposição convencional de rejeitos em barragens e incrementar a segurança de estruturas geotécnicas e a redução do uso de água, os reservatórios da companhia estão estáveis e seguros.

“É importante lembrar que as barragens da AngloGold Ashanti estão estáveis e seguras, uma vez que todas são diariamente monitoradas e estão dentro das normas exigidas. A novidade, no entanto, reforça o compromisso da companhia com a utilização de tecnologias mais modernas, estruturas ainda mais seguras e a busca por soluções para dispor os rejeitos de forma cada vez mais eficiente”, diz.

O rejeito da mineração é composto pela mistura de água e a parte sem aproveitamento econômico do minério. Após o processo de produção de ouro, a polpa é direcionada para a barragem de rejeito, onde é disposta de forma controlada. Com a disposição a seco, todo o rejeito gerado será filtrado, eliminando por completo a água desse material.

Hoje, o rejeito seco já é usado para preenchimento das cavas exauridas ou em pilhas. Com a conclusão do processo, esses espaços serão revegetados por plantas nativas de suas regiões. Trata-se, dessa forma, de um passo importante no processo de descaracterização das barragens por meio da reintegração ao ambiente em que estão inseridas.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas