Economia

ANM distribui R$ 350,9 milhões da Cfem em Minas Gerais

Ao todo, os royalties pagos pelo Brasil foram de R$ 474,3 milhões
ANM distribui R$ 350,9 milhões da Cfem em Minas Gerais
Os royalties pagos em todo o Brasil totalizaram R$ 474,3 milhões, dos quais R$ 81,3 mi para as 27 unidades da Federação | Crédito: Portal Brasil.gov.br / Ricardo Teles

A Agência Nacional de Mineração (ANM) depositou, nesta semana, a cota-parte de março da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) para estados e municípios produtores e/ou afetados pela mineração por possuírem ferrovias, portos, minerodutos ou estruturas relacionadas à atividade. O maior montante foi enviado para Minas Gerais.

Os royalties pagos pelo Brasil totalizaram R$ 474,3 milhões. A autarquia distribuiu R$ 81,3 milhões para as 27 unidades da Federação, R$ 325,2 milhões às 2.191 cidades mineradas e R$ 67,8 milhões para as 1.326 impactadas.

Minas Gerais foi destino de R$ 350,9 milhões (74%) de todo o dinheiro depositado. A divisão ficou assim: o governo estadual recebeu R$ 41,4 milhões, os 397 municípios produtores embolsaram juntos, R$ 246,2 milhões, e os 348 afetados receberam, na somatória, R$ 63,4 milhões.

Entre os governos estaduais, o mineiro embolsou o principal pagamento. Referente às cidades mineradas, Conceição do Mato Dentro, na região Central de Minas Gerais, recebeu o terceiro maior volume (R$ 25 milhões), atrás apenas de Canaã do Carajás (R$ 47,4 milhões) e Parauapebas (R$ 31,6 milhões), ambas no Pará. Já entre as impactadas, com exceção das maranhenses Açailândia (R$ 2,2 milhões) e São Luís (R$ 2,2 milhões), Governador Valadares (R$ 1,5 milhão), na região do Vale do Rio Doce do Estado, se destacou.

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Revisão anual preocupa municípios afetados

No ano passado, os municípios afetados pela mineração sofreram com atrasos no pagamento da Cfem. Ao fazer a revisão anual da relação de cidades impactadas, a ANM precisou rever inconsistências na interpretação da legislação e, em virtude de ajustes necessários nos critérios que definem os recebedores, os depósitos ficaram represados.

O represamento de valores perdurou por oito meses, desde maio. Atualmente, as transferências estão em dia, no entanto, no próximo mês começará a reanálise, o que tem preocupado as prefeituras.

A consultora tributária da Associação Brasileira dos Municípios Mineradores (Amig Brasil), Rosiane Seabra, diz que a informação da própria autarquia é de que a listagem provisória dos municípios afetados que estarão aptos a receber os royalties no novo ciclo de repasses será publicada ainda neste mês. “Se a agência realmente publicar isso de uma forma rápida, não vai acontecer novamente esses atrasos [nos pagamentos]”, observa.

Conforme a especialista, a revisão anual gera apreensão nas cidades afetadas porque os valores são importantes dentro do orçamento das prefeituras. Os prefeitos utilizam a receita para realizar melhorias na infraestrutura, saúde e educação, e quando não recebem os depósitos tendem a ter grandes dificuldades para cumprir com os investimentos.

Cidades sofrem com sonegação de royalties

Outro problema que impacta os municípios afetados pela mineração é a sonegação da Cfem. O Tribunal de Contas da União (TCU) afirma, segundo a consultora da Amig Brasil, que para cada real de royalty arrecadado, outro é sonegado. “Imagine que poderiam ser R$ 134 milhões distribuídos [da cota-parte de março para os municípios afetados em todo o País] e não R$ 67 milhões [valor repassado]. Isso é muito grave”, pontua.

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