Apesar de investimento, Weg não prioriza o segmento de elétricos

São Paulo – A Weg está trabalhando para o desenvolvimento de motores para carros elétricos, embora esse não seja o foco de vendas no momento da companhia, que prefere esperar uma evolução dos volumes para então entrar nesse segmento, disse o presidente-executivo do grupo, Harry Schmelzer Jr.
Ele afirmou que o desenvolvimento de veículos elétricos no mundo está ocorrendo com uma velocidade muito rápida e muitas empresas que atuam país estão trazendo neste momento as soluções do exterior.
“Nós vamos acompanhar isso e vamos evoluir com soluções… E vai aparecer, em algum momento, a oportunidade de esses volumes crescerem no Brasil e ser importante ser abastecido pelo País, que é quando a Weg vai entrar”, afirmou o executivo em entrevista à Reuters.
O foco da Weg, por ora, está voltado para ônibus e caminhões, especificamente em trens de força (powertrains), em parceria com empresas fabricantes de carrocerias e caminhões com presença global, buscando construir um histórico no mercado brasileiro para então mirar o exterior.
Atualmente, a Weg é fornecedora dos caminhões elétricos de uso urbano lançados pela Volkswagen Caminhões e Ônibus, unidade do grupo Traton.
“A nossa estratégia é essa, caminhões hoje é a prioridade, porque você não pode fazer tudo ao mesmo tempo”, afirmou o presidente da Weg. O executivo acrescentou que estar na indústria automotiva é algo novo para empresa, que irá primeiro aprender com essa experiência no Brasil e, então, buscar a internacionalização.
Fábrica
Em 2023, a Weg investirá em uma fábrica e uma equipe específica para se aprofundar a dominar a tecnologia de mobilidade elétrica, bem como trazer soluções mais adequadas para um negócio que Schmelzer vê com potencial de crescer sua participação dentro da companhia.
A Weg anunciou em setembro investimento de R$ 660 milhões, que incluem a nova fábrica que será dedicada principalmente a motores para o segmento de mobilidade elétrica. O cronograma prevê a conclusão da nova instalação, na cidade-sede da empresa, Jaraguá do Sul (SC), no primeiro trimestre de 2024.
Ainda no campo da eletrificação, outra estratégia da Weg envolve estações de carregamento para veículos elétricos, que a empresa está começando no Brasil, mas que, uma vez que não há demanda suficiente no País, também quer avançar para outros mercados, priorizando as Américas.
Transformadores – Mas enquanto a mobilidade elétrica ainda dá seus primeiros passos dentro do grupo, outras áreas miram além-mar depois de dominar o mercado latino. É o caso da produção de transformadores, que agora encontra ainda respaldo em um projeto trilionário de infraestrutura do governo dos Estados Unidos.
“Nós ainda somos muito pequenos (em transformadores nos EUA)”, afirmou.
Nesse contexto, a Weg anunciou no ano passado a compra da Balteau, empresa de transformadores para instrumentos e conjuntos de medição, localizada em Minas Gerais, com produtos que a companhia não tinha em seu portfólio.
“Ainda temos muito mercado para conquistar”, afirmou.
No Brasil, o executivo também foi enfático ao comentar que a Weg está preparada para um potencial aumento de demanda de transformadores na esteira de leilões grandes de linhas de transmissão previstos para 2023, que prevêem investimentos da ordem de R$ 50 bilhões.
“Isso não vai ser problema. Se nós tivermos encomenda, a Weg consegue erguer fábrica”, afirmou. “No que diz respeito a transformadores (em que a Weg é líder no País), se eu não tiver, dá tempo de fazer”, afirmou, ressaltando o perfil de longo prazo desse tipo de empreendimento.
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