Aportes em pesquisas minerárias são escassos no País, diz o Ibram

Projeções do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) dão conta de um volume de US$ 41,3 bilhões em investimentos no setor mineral brasileiro de 2021 a 2025, dos quais US$ 10,2 bilhões serão aplicados em Minas Gerais.
Apesar das cifras elevadas, não é de hoje que a entidade alerta para a falta de novos projetos e da falta de diversificação dos negócios minerários no Brasil. Maior dedicação às pesquisas minerárias podem fazer a diferença e o número de pedidos de licenças está crescendo em todo o País.
No ano passado, o Estado liderou os pedidos protocolados junto à Agência Nacional de Mineração (ANM), incluindo requerimentos de pesquisa, licenciamento, lavra garimpeira e extração.
No País, os registros passaram de 10.746 em 2020 para 16.946 em 2021, representando avanço de 57,6% de um exercício para outro. Minas Gerais teve 2.565 documentos, ou seja, cerca de 15% do total. No ano anterior, os pedidos no Estado somaram 1.674, causando um crescimento de 53%. A Bahia apareceu em segundo lugar com 2.281 registros e o conjunto Pará/Amapá em seguida, com 1.549.
De toda maneira, os investimentos em pesquisas minerárias ainda são insuficientes. Do total previsto para o País até 2025, US$ 6 bilhões serão de investimentos em projetos socioambientais. Os outros US$ 35,3 bilhões serão direcionados para produção e infraestrutura. Além disso, do montante estimado, US$ 19,41 bilhões já estão em execução.
“O Brasil tem potencial enorme de investimentos, mas ainda muito pouco do território nacional é pesquisado e conhecido; esperamos que com a modernização e a digitalização dos processos e o fortalecimento dos serviços geológicos isso possa mudar e venhamos a ter condições de crescer cada vez mais e atrair novos investimentos”, disse o diretor-presidente do Instituto, Flávio Ottoni Penido, em coletiva de imprensa na última terça-feira (1º).
Balanço – Os requerimentos de lavra em todo o País somaram 935 no ano passado, enquanto em 2020 foram 800 – aumento de 16,8%. Minas respondeu por 32,4% dos requerimentos com 303 pedidos. Um ano antes, o Estado havia registrado 232 – crescimento de 30,6%. O Paraná ficou na segunda posição com 124 pedidos e São Paulo na terceira, com 96.
Já as portarias de lavra – que é quando há um contrato de adesão entre o minerador e o governo – somaram 760 em 2021. Em 2020 haviam sido 527. Neste caso, Minas Gerais não ocupou a primeira posição. O Pará teve 170 registros e Minas 160.
Os licenciamentos outorgados chegaram a 1.115 no ano que passou, ou seja, número menor aos 1.154 de 2020. Minas Gerais apareceu em segundo lugar novamente, com 128 licenciamentos, atrás do Rio Grande do Sul que teve 160.
Por fim, a cessão de direitos aprovados totalizou 2.168 no Brasil no decorrer do exercício passado contra 2.604 em 2020. Apenas em Minas foram 460 e 561, respectivamente.
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