Economia

Investimentos em minerais críticos em Minas Gerais somarão US$ 3,2 bilhões até 2029, estima Ibram

A estimativa de aportes em projetos do setor no Estado é de US$ 16,5 bilhões
Atualizado em 5 de agosto de 2025 • 20:07
Investimentos em minerais críticos em Minas Gerais somarão US$ 3,2 bilhões até 2029, estima Ibram
Foto: Sigma Lithium/Divulgação

Minas Gerais deve receber US$ 3,2 bilhões em investimentos da indústria mineral voltados para minerais críticos entre este ano e 2029, conforme levantamento do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). No País, o montante projetado alcança US$ 18,4 bilhões.

Cabe salientar que a estimativa de aportes em projetos do setor no Brasil, no período mencionado, soma US$ 68,4 bilhões. Desse total, US$ 16,5 bilhões estão previstos para serem aplicados no Estado – o maior volume entre todas as unidades da Federação.

Especificamente sobre os minerais críticos, a entidade não detalha as projeções de investimentos em Minas Gerais por substância, porém, informa os dados brasileiros. Nacionalmente, as inversões englobam:

  • cobre (US$ 7,3 bilhões),
  • níquel (US$ 3,8 bilhões),
  • terras-raras (US$ 2,2 bilhões),
  • grafita, vanádio e nióbio (US$ 1,8 bilhão),
  • bauxita (US$ 1,3 bilhão),
  • lítio (US$ 1,2 bilhão),
  • titânio (US$ 840 milhões)
  • e zinco (US$ 35 milhões).

Em fevereiro, o Ibram divulgou que cerca de 78% dos investimentos estimados para o lítio são para o Vale do Jequitinhonha. Essa região do Estado atraiu os olhares das mineradoras nos últimos anos e abriga, além da Companhia Brasileira de Lítio (CBL) e da Sigma Lithium, que já operam, outras empresas prestes a iniciar as atividades.

Também vale ressaltar que, especialmente no Sul de Minas Gerais, existem projetos de terras-raras programados para entrar em operação no decorrer dos próximos anos, como é o caso da Viridis Mining & Minerals e da Meteoric Resources. Outro ponto importante é que os mineiros dominam os segmentos de nióbio e grafita no País, por exemplo.

Entidade alerta que o Brasil precisa agir para expandir a produção

De acordo com o Ibram, no primeiro semestre deste ano, o faturamento da indústria da mineração com os minerais críticos somou R$ 21,6 bilhões, aumento de 41,6% ante igual intervalo de 2024. Já as exportações totalizaram US$ 3,64 bilhões, avanço de 5,2%, com o embarque de 3,58 milhões de toneladas, crescimento de 0,2%.

Apesar dos números apresentarem uma evolução, esses materiais ainda têm pouca representatividade na pauta mineral brasileira. Os dados mostram que, no total faturado pelo setor no período, eles responderam por apenas 15,5%, e nas vendas externas por 18,1% no valor e 1,9% na quantidade. Na projeção de investimentos, o mesmo acontece, com participação de somente 26,9% no montante estimado para o quinquênio.

Diante desse cenário, o instituto ressalta que o Brasil precisa agir para expandir a produção dos minerais críticos e estratégicos (MCEs). Segundo a entidade, esses produtos são alvos de interesse prioritário de diversos países e constituem vantagem competitiva para o País atrair parceiros comerciais e investidores internacionais para implantar cadeias produtivas, inclusive, para agregar valor aos minérios, via processamento industrial.

Para o Ibram, entre as providências que o Brasil tem que tomar está à aprovação de uma política pública focada no segmento. “Há uma previsão para este semestre de um decreto estabelecendo a política nacional para minerais críticos e estratégicos. As equipes do Ibram e do Ministério de Minas e Energia estão colaborando e isso deve sair em breve para ser submetido ao presidente Lula”, diz o diretor-presidente da entidade, Raul Jungmann.

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