Economia

App 12 minutos surfa na pandemia com o serviço de curadoria de livros

App 12 minutos surfa na pandemia com o serviço de curadoria de livros
Nossa curadoria é baseada na preferência dos nossos usuários, diz Mendes | Crédito: Divulgação

Apesar de o hábito de leitura entre os brasileiros estar menor nos últimos anos e atualmente apenas 52% da população ser considerada leitora, ou seja, ter lido um livro completo ou parte dele em três meses, com a pandemia mais pessoas estão voltando a se interessar por livros. E, mais uma vez, as novas tecnologias surgem como impulsionadoras deste processo, por meio da digitalização dos conteúdos, seja por meio de e-books ou até mesmo resumos, resenhas no formato microbook ou leituras em forma de podcasts para quem deseja otimizar o tempo.

Criado em Belo Horizonte ainda em 2017, o 12minutos é um aplicativo que condensa os pontos mais importantes de livros de não-ficção em áudio e texto e está surfando neste novo contexto. Com conteúdos disponíveis em português, inglês e espanhol e mais de 2 mil títulos diferentes em cerca de 20 categorias: negócios, carreira, autoajuda, espiritualidade, entre outras, a ferramenta já soma mais de 3 milhões de usuários.

Quem explica é o CEO Guilherme Mendes. Segundo ele, apesar dos percalços impostos pela crise sanitária, a empresa manteve o ritmo de crescimento no ano passado e, assim como no exercício anterior, apresentou desempenho 50% maior nos negócios. Já para 2021, estão mais ambiciosos e projetam aumento de 90% nas operações.

“Estamos em busca de uma maior representatividade, inclusive internacionalmente. Hoje, temos 30% dos negócios em outros países e estamos trabalhando para chegar a 50%. Outra meta para este exercício é partirmos para uma rodada de investimentos, visando esse salto no crescimento”, revelou.

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Quanto a 2020, Mendes disse que a empresa se preparou para cinco cenários diferentes, diante dos impactos causados pelo coronavírus. Em resumo, diminuíram as projeções, evitaram cortes de funcionários e alteraram as estratégias de marketing.  Se antes as mensagens aos usuários falavam sobre aproveitar o tempo no trânsito, a prática de exercícios físicos e o intervalo entre uma reunião e outra, com as mudanças impostas pela pandemia, foram adaptadas ao home office e ao distanciamento social. 

Já na segunda metade do ano a empresa percebeu um impacto negativo nos custos de mídia paga. “Essa é uma parte importante da nossa estratégia e o custo aumentou muito na internet e nas redes sociais. É que a concorrência cresceu com a digitalização de empresas e processos e o custo, inevitavelmente, também. Por isso, o terceiro trimestre foi bastante desafiador, mas conseguimos nos reinventar e trabalhar melhor a conversão e contenção de usuários”, disse.

Microbook em 12 minutos

O app tem duas versões: uma paga e outra gratuita. Essa última dá acesso a um microbook por dia. Entre os usuários, dois perfis: empreendedorismo e crescimento de carreira e marketing e vendas. Outra área crescente é a de desenvolvimento pessoal, com conteúdos de autoconhecimento, produtividade e motivação.

“Oferecemos conceitos-chave para aplicação no dia a dia das pessoas. Nossa curadoria é baseada na preferência dos nossos usuários e também com pesquisas de mercado. Além disso, nosso modelo de negócio engloba resenhas ou paráfrases de livros, e por isso, a legislação não permite parcerias ou royalties, mas temos um relacionamento com algumas editoras que nos mandam livros para nossa avaliação”, explicou.

Para isso, a empresa conta com um equipe editorial dividida entre interna e terceirizada que desenvolve todo o conteúdo, a começar pela leitura dos títulos e extração do conceito-chave. “O próximo passo é construir a narrativa dentro dos nossos padrões. Temos todo um cuidado para não haver plágio com trechos do próprio livro ou resumos encontrados na internet. Por fim, fazemos uma revisão e partimos para o processo de narração”, concluiu.

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