ArcelorMittal aposta em novas tecnologias para otimizar prazos, custos e produtividade

Embora o assunto em alta no momento seja a revolução causada pela Inteligência Artificial (IA), bem como os ganhos e os riscos que essa ferramenta traz para pessoas, empresas, órgãos e instituições, a 4ª Revolução Industrial já existe há mais de uma década e implica em outros avanços digitais. Tamanha a importância dos investimentos em tecnologia e inovação para as estratégias de competitividade dos negócios, que a área já integra o planejamento macro e de longo prazo das grandes corporações.
Na ArcelorMittal esses esforços vão além. A siderúrgica está na vanguarda desse movimento e conta com uma empresa inteiramente dedicada ao setor e focada não apenas no desenvolvimento de novas tecnologias, mas também na busca por soluções que possam otimizar prazos, custos e produtividade, de maneira a contribuir para as estratégias de mercado da companhia. Trata-se da ArcelorMittal Sistemas, operação que completou 40 anos de atividades no fim de 2023.

Tudo começou em 1983, com a fundação da então Belgo Mineira Sistemas (BMS). Anos depois, a empresa foi incorporada pelo Grupo ArcelorMittal e se transformou na ArcelorMittal Sistemas. Hoje, a empresa desenvolve e integra soluções de TI para as unidades da ArcelorMittal na operação brasileira e em diversos países. Também foi precursora no Brasil de diversas tecnologias digitais, como a microinformática, a internet e, atualmente, o fluxo integrado de processos de informações em tempo real.
Por isso, ao longo das últimas décadas, a empresa vem se reinventando, consolidando sua atuação em todos os estágios de criação e implementação da TI no Brasil. Primeiro com foco no mercado em geral e, depois, na expertise e aplicação de soluções para a gestão customizada do Grupo ArcelorMittal.
“O caráter de inovação sempre esteve em nosso DNA. Ainda como Belgo, tínhamos uma equipe de TI que atendia muito bem as demandas internas e estruturamos uma operação para servir também ao mercado. A empresa se tornou bem conhecida, principalmente em Minas Gerais, mas atuava em todo o Brasil. Com a aquisição pela ArcelorMittal, nos transformamos em ArcelorMittal Sistemas, passando a integrar o grupo cuja atuação chega a 60 países, o que também ampliou nossas possibilidades internas”, resume a diretora-presidente da ArcelorMittal Sistemas, Kelly Teixeira.
Hoje, o atendimento se estende a todas as operações do grupo nas Américas, África e mais recentemente na Europa, com projetos e operações relacionadas tanto à parte de infraestrutura quanto de aplicações. Isso também abrange toda parte de cybersecurity das unidades, soluções em cloud, plataformas SAP, analytics, automações e aplicações em inteligência artificial, incluindo a generativa.
Tudo é feito com bastante sinergia, explica Kelly Teixeira. Para isso, as entregas ocorrem tanto por demanda das unidades quanto por sugestão da ArcelorMittal Sistemas. “Nosso propósito é agilizar processos conectando mentes. Se ficamos sabendo de algo que possa ter relação com alguma dor das operações do grupo, apresentamos a solução e esperamos que ‘dê match’. Havendo essa conexão, iniciamos o desenvolvimento e a implementação”, diz.
E visando tornar a organização mais ágil, a empresa criou a comunidade AgileMinds. Aberta a todos os segmentos do grupo, a comunidade é focada em conectar pessoas, compartilhar experiências e disseminar conhecimentos, estimulando novos processos colaborativos que gerem valor para empresa.
Tamanha a sinergia que alguns projetos desenvolvidos e implementados no Brasil já foram disseminados para as unidades do grupo mundo afora. Kelly Teixeira explica que mesmo quando a aplicação não pode ser compartilhada na totalidade, funciona como inspiração para insights no desenvolvimento de algo semelhante com aplicação local.
“Algumas até superam o que foi produzido no Brasil e fazemos o processo inverso, aprimorando o projeto original. Essa troca é fundamental para trazer para a ArcelorMittal processos e produtos de qualidade a custos diferenciados, e quanto mais expertise tivermos a um custo competitivo, melhor para as nossas próprias operações”, explica.
Com essa estratégia, a meta, conforme a diretora-presidente, é ampliar a participação no atendimento das demandas de TI do grupo ArcelorMittal tanto no Brasil quanto no exterior. O que a empresa não consegue atender acaba suprido por fornecedores, por meio de soluções completas ou de parcerias no desenvolvimento de iniciativas próprias. Dessa forma, a operação vem crescendo a uma média de 25% por ano desde o fim da pandemia.
Inteligência Artificial já é realidade na siderúrgica
Para se manter na vanguarda da inovação, a ArcelorMittal Sistemas está focada em investimentos estratégicos para os próximos anos. Alguns dos principais investimentos incluem a implementação do Centro de Excelência em Analytics com foco em Inteligência Artificial (IA); projetos de Robotização utilizando IA, que envolvem a utilização de robôs inteligentes e sistemas automatizados que podem executar tarefas complexas de maneira eficiente e autônoma, bem como a utilização de IA Generativa.

Nesse contexto, a diretora-presidente da ArcelorMittal Sistemas, Kelly Teixeira, conta que os principais pilares que norteiam os investimentos e projetos da área são a otimização da produtividade, a eficiência e a segurança operacional. “Utilizamos essas ferramentas e tecnologias a favor de nossas operações para ancorar o constante crescimento, podendo absorver as oportunidades que surgem a todo momento. Analisamos detalhadamente os benefícios de cada novo projeto e mantemos o foco para utilizar cada vez mais a capacidade intelectual das pessoas, ao invés de mantê-las em funções rotineiras e repetitivas. Buscamos otimizar seu aproveitamento e elevar seu potencial. Isso pode acontecer, por exemplo, com o deslocamento do profissional para o comando da ferramenta ou análise dos relatórios gerados”, afirma.
Por isso, o uso de tecnologias do tipo não é novidade no grupo e não é de hoje que a siderúrgica investe em IA. Ferramentas disruptivas são utilizadas em diferentes processos da companhia há anos, mas os avanços recentes em IA Generativa prometem um salto na qualidade das soluções.
“A IA tradicional já representava um desenvolvimento muito grande, ajudando e potencializando projetos, mas ainda dependente de programações específicas para cada problema. E a IA Generativa surge como o ‘pulo do gato’, em que o esforço dedicado para os tipos de problema que ela trata não terá que ser tão grande”, defende.
E isso já pode ser experimentado na prática pelos colaboradores, com o uso do chatbot Steela (cujo nome deriva de steel, ou aço em inglês), que vem passando continuamente por melhorias, como a implementação de inteligência artificial generativa, automatizações e revisão de chamadas e de fluxos de interação.
A Steela funciona como uma assistente virtual da empresa. Segundo Kelly Teixeira, até o ano passado, a ferramenta exigia muita programação para se tornar inteligente e, após a aplicação de IA Generativa e outros investimentos e melhorias, ganhou em abril uma nova versão que melhorou suas funcionalidades, aumentando a adesão dos usuários em 300%.
“O próximo passo será incorporar informações das várias áreas de negócios da ArcelorMittal Brasil. Como todas se complementam em suas operações e na atividade-fim da empresa, o propósito é que a Steela facilite e simplifique o consumo de serviços e processos internos, proporcionando ganho de produtividade e eficiência tanto para quem solicita quanto para quem é solicitado. E a Steela vai permitir que isso ocorra de forma funcional, poupando tempo e diminuindo as burocracias da empresa”, adianta.
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