Economia

ArcelorMittal inicia descaracterização da barragem de Serra Azul

Após concluir estrutura de contenção, empresa recebe licença ambiental para retirar resíduos de minério de forma segura
ArcelorMittal inicia descaracterização da barragem de Serra Azul
Barragem Mina de Serra Azul, em Itatiaiuçu, na região metropolitana de Belo Horizonte. | Crédito: Reprodução Google Maps/ Direitos reservados/ Agência Brasil

A ArcelorMittal recebeu, nessa segunda-feira (11), licença ambiental para iniciar a descaracterização da barragem da Mina de Serra Azul, localizada em Itatiaiuçu, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). O processo completo de retirada dos resíduos de mineração deve ser concluído no segundo semestre de 2032, segundo a empresa.

De acordo com a produtora de aço, a autorização foi dada após a multinacional concluir, neste mês, as obras da Estrutura de Contenção a Jusante (ECJ), que é uma barreira capaz de reter todo o rejeito da barragem na hipótese de rompimento.

A mina em questão não recebe rejeitos desde 2012. No entanto, o subproduto segue na barragem e, por isso, precisará ser retirado, de forma a extinguir qualquer risco de colapso da estrutura. Para que esse processo seja realizado, no entanto, a empresa precisou, antes, construir uma ECJ, como forma de garantir que a barragem não colapse durante a descaracterização.

“A ECJ é uma obra de alta complexidade de engenharia, de grandes dimensões e etapa fundamental para o início da descaracterização da barragem, que consiste na retirada de todo o material contido em seu interior e o reprocessamento do rejeito”, informou a ArcelorMittal, em nota.

A descaracterização da barragem faz parte de um acordo firmado entre a empresa e a Agência Nacional de Mineração (ANM) e os ministérios públicos Federal e de Minas Gerais.

“A ArcelorMittal priorizará as melhores técnicas disponíveis e a segurança de todos os envolvidos durante o processo de descaracterização. Nos anos iniciais, as atividades serão realizadas com o uso de equipamentos remotamente controlados, como medida adicional de proteção”, completou a empresa.

Em 2019, moradores foram evacuados preventivamente

Em fevereiro de 2019, a empresa acionou o Plano de Ação de Emergência para Barragens de Mineração (PAEBM), que é um documento que estabelece diretrizes para ações imediatas em situações de emergência. Como resultado, para garantir a segurança da população, a ArcelorMittal precisou evacuar preventivamente parte da comunidade de Pinheiros, em Itatiaiuçu.

Conforme a produtora de aço, desde o acionamento do PAEBM, a empresa vem cumprindo todos os compromissos firmados com órgãos públicos em relação à barragem e à reparação dos danos às comunidades.

Reparação de moradores segue em andamento

Em razão do acionamento do PAEBM e, consequentemente, da retirada de moradores, a ArcelorMittal iniciou protocolos de acordo para reparar danos à população local. Em junho de 2021, a empresa firmou o Termo de Acordo Complementar (TAC 1), que estabeleceu parâmetros de mensuração de danos e indenizações.

“Os acordos foram construídos de maneira coletiva com a participação efetiva da comunidade nas mesas de negociação, protagonismo nas decisões e definições das medidas a serem implementadas, além da garantia de Assessoria Técnica Independente em todo o processo”, informou a ArcelorMittal.

A partir desse TAC, a ArcelorMittal fechou 942 acordos, o que representa 97,8% do total de famílias que comprovaram os danos sofridos pelo acionamento do PAEBM e mais de 80% das famílias cadastradas.

Já em maio deste ano, a empresa assinou o Termo de Acordo Complementar 2 (TAC 2) com os ministérios públicos Federal e de Minas Gerais, com a Comissão Representativa dos Atingidos e Atingidas de Itatiaiuçu e com a prefeitura.

Esse novo documento estabelece bases para a governança, execução e monitoramento das medidas que serão realizadas pela ArcelorMittal, pela prefeitura e pela comunidade para a reparação “dos danos coletivos e difusos”.

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