ArcelorMittal pretende reaproveitar rejeitos estocados na Mina do Andrade

A ArcelorMittal planeja reaproveitar o material atualmente estocado nas pilhas de rejeito/estéril da Mina do Andrade, que ainda apresenta alto teor de ferro, transportando-o para a unidade de beneficiamento, o mesmo processo aplicado ao minério que sai diretamente das frentes de lavra. O complexo de mineração está localizado em Bela Vista de Minas, na região Central do Estado, e é responsável por abastecer a usina de João Monlevade.

“Esse reaproveitamento tornou-se viável graças ao avanço tecnológico e, além de garantir a continuidade das operações da mina, contribui para o desenvolvimento de uma atividade mais sustentável. A prática promove a preservação ambiental, o uso inteligente dos recursos naturais e a otimização do espaço interno da mina”, informa a empresa, em nota.

O grupo obteve, no fim de abril, o licenciamento ambiental do Plano Diretor da Mina do Andrade. A reutilização dos bens minerais metálicos dispostos nas pilhas consta no processo. De acordo com o parecer da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), a atividade foi licenciada para um quantitativo de 3 milhões de toneladas por ano.

Ainda segundo o documento, o plano de lavra da mina contempla o reaproveitamento assim que houver redução da extração de minério na cava ou conforme planejamento operacional. A ArcelorMittal não informou quando pretende começar a reaproveitar o material estocado.

Ampliação da área de cava e aumento da produção

O licenciamento do Plano Diretor da Mina do Andrade abrange outras ações além da reutilização dos rejeitos, como as ampliações da cava existente e da capacidade de processamento das unidades de tratamento de minerais. No relatório da Feam, é informado que esses dois projetos visam atender à expansão da produção da ArcelorMittal Monlevade. No entanto, em fevereiro deste ano, a empresa cancelou o aumento produtivo da usina.

À reportagem, o grupo reitera que a licença obtida tem como objetivo a manutenção da operação, a garantia da qualidade do minério e o abastecimento da unidade de João Monlevade, não havendo, até o momento, previsão de aumento de produção.

“O planejamento para a implementação do Plano Diretor da Mina do Andrade segue mantido, uma vez que ele foi construído com o propósito de reunir todas as licenças necessárias para assegurar a sustentabilidade das operações da mina no curto, médio e longo prazo e, consequentemente, o abastecimento da usina de Monlevade”, ressalta.

Ainda de acordo com a ArcelorMittal, as estimativas de investimentos para viabilizar as ações estão sendo levantadas, baseadas em um cronograma de implementação que será diluído ao longo dos próximos dez anos.

Nova planta de beneficiamento na Mina de Serra Azul

Em paralelo ao recebimento da nova licença da Mina do Andrade, a ArcelorMittal está finalizando a ampliação da Mina de Serra Azul, situada em Itatiaiuçu, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Com investimentos na ordem de R$ 2,5 bilhões, a empresa deve entregar, ainda em 2025, a nova planta debeneficiamento da unidade, que aumentará a capacidade de produção de 1,6 milhão de toneladas ao ano para 4,5 milhões t/a.