Economia

Argentina eleva taxa de juros para 60% ao ano

Argentina eleva taxa de juros para 60% ao ano
Na quarta, Macri já havia pedido ao FMI para adiantar recursos (Elza Fiuza/Agência Brasil)

Buenos Aires – A Argentina buscava formas de conter uma crise financeira ontem, mas a moeda local continuava a cair fortemente no mercado em relação ao dólar, o que gerou uma desconfiança e críticas de empresários e insegurança de investidores. O peso caía para uma mínima de 39,25 por dólar, apesar de o chefe de gabinete do governo, Marcos Peña, ter anunciado que vai acelerar uma redução de seu déficit fiscal para trazer tranquilidade a um mercado que desde maio tem estado sob pressão.

Pouco tempo depois, o banco central argentino registrou um aumento na sua taxa de juros para 60% ao ano, de 45% anteriormente, e um aumento de 5 cinco pontos percentuais na taxa de compulsório para bancos, com o intuito de remover a liquidez do sistema.

A Argentina atravessa fortes turbulências financeiras e acertou com o Fundo Monetário Internacional (FMI) um empréstimo de US$ 50 bilhões, pelo qual o governo se compromete a reduzir seu déficit a 1,3% do Produto Interno Bruto em 2019.

“Estamos trabalhando na instrumentalização, para adiantar nossas metas para o próximo ano para reduzir esse risco financeiro, o qual vai levar necessariamente à continuidade das discussões de como acelerar também o caminho até o equilíbrio fiscal”, disse o chefe de gabinete do governo, Marcos Peña, em um discurso em um evento com empresários.

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Após o evento, ele disse a jornalistas que o governo argentino cometeu erros, mas que o país agora vai na direção correta.

No entanto, o presidente da Câmara da Construção, Carlos Weiss, disse à Reuters que “estes aumentos repentinos do dólar e da taxa de juros inviabilizam qualquer atividade produtiva (…). A economia está paralisada, ninguém sabe o valor do dólar”.

Recessão – O presidente da empresa de café Cabrales, Martin Cabrales, considerou que a Argentina “terá uma recessão por algum tempo, pelo menos este ano e no início do próximo ano”.

Como resultado da profunda desvalorização da moeda, o mercado de ações da Argentina subia 6,5% ontem, recomprando ações de empresas com negócios de exportação.

O presidente argentino, Mauricio Macri, havia anunciado, na quarta-feira (29), que acertou um adiantamento de recursos com o FMI para garantir o financiamento do país, em meio a temores de uma potencial interrupção dos pagamentos da dívida. (Reuters)

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