Arrecadação da Cfem cai 30,9% em MG entre janeiro e novembro

A arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) em Minas Gerais chegou a R$ 2,9 bilhões no acumulado de janeiro a novembro deste ano. O valor representa queda de 30,9% sobre a mesma época do ano passado, quando o montante chegou a R$ 4,2 bilhões. Apesar do recuo, o Estado permanece na liderança do recolhimento dos royalties da mineração, à frente do Pará (R$ 2,7 bilhões), respondendo por 44% do total apurado em todo o País (R$ 6,5 bilhões).
Apenas em novembro, Minas somou R$ 271 milhões, montante também inferior ao registrado em igual mês de 2021 (R$ 327 milhões). No mês, o desempenho do Estado também foi maior do que o do Pará (R$ 221 milhões) e respondeu por mais de 47% do total nacional (R$ 571 milhões).
Os dados são da Agência Nacional de Mineração (ANM) e quando comparados com 2021 refletem os menores volumes exportados e, principalmente, os menores preços do minério de ferro no mercado internacional. Para se ter uma ideia, a balança comercial de Minas Gerais indica queda expressiva de 34% no faturamento dos embarques do insumo siderúrgico no acumulado dos 11 primeiros meses deste ano.
Os embarques do insumo siderúrgico movimentaram US$ 11,3 bilhões, recuo de 34% ou US$ 5,9 bilhões a menos se comparado com o mesmo intervalo de 2021, quando os embarques estavam em US$ 17,1 bilhões. Ao todo, foram exportadas 135,24 milhões de toneladas de minério, alta de apenas 1,3% frente ao mesmo período do ano anterior.
Além disso, a queda no faturamento dos embarques de minério deve-se à desvalorização dos preços da tonelada, resultado do lockdown e estoques altos na China. Os preços do insumo siderúrgico devem encerrar 2022 em patamares parecidos aos do fechamento de 2021, mas o cenário ao longo do ano foi marcado por volatilidade.
Conforme publicado, no porto de Qingdao, na China, por exemplo, o minério com 62% de teor de ferro atingiu seu pico de valorização em março (US$ 147,36/tonelada) e de desvalorização em outubro (US$ 78,91/t). Já na última semana, a cotação chegou a US$ 106,19/t.
Municípios
Entre os municípios mineradores de Minas Gerais, Conceição do Mato Dentro, no Médio Espinhaço, permanece com a maior contribuição para o resultado do Estado no acumulado de 2022. Ao todo foram R$ 363 milhões em royalties de minério de ferro, representando 12,5% do total. Na mesma época do ano passado, a cidade havia recebido R$ 600 milhões.
Itabirito, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), somou R$ 286 milhões, enquanto nos mesmos meses de 2021 o valor arrecadado foi de R$ 487 milhões. A cidade respondeu por quase 10% do total do Estado.
Mariana, na região Central, também se destacou com a arrecadação de R$ 285 milhões ou cerca de 9,8%. No ano passado até novembro, a cidade havia recolhido R$ 378 milhões.
São Gonçalo do Rio Abaixo, também na região Central, somou 281 milhões ou o equivalente a 9,6% do total do Estado. Nos 11 meses de 2021 o valor arrecadado pela cidade chegou a R$ 316 milhões.
Por fim, Itabira (Central) somou R$ 269 milhões. Isso equivale a 9,2%. De janeiro a novembro do ano anterior foi de R$ 360 milhões.
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