Arrecadação da Cfem cai 31% até agosto

A arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) em Minas Gerais chegou a R$ 2,064 bilhões entre janeiro e agosto de 2022. O montante representa baixa de 31% sobre a mesma época do exercício passado, quando o valor arrecadado com os royalties do minério de ferro chegou a R$ 3,018 bilhões no Estado.
Os dados são da Agência Nacional de Mineração (ANM) e refletem os menores volumes exportados e, principalmente, os menores preços do minério de ferro no mercado internacional. A balança comercial de Minas Gerais indica queda de quase 36% no faturamento dos embarques do insumo siderúrgico no acumulado dos oito primeiros meses deste ano.
Mesmo neste contexto, Minas Gerais, que era, historicamente, o maior produtor mineral e o maior recolhedor da Cfem do País, mas perdeu a liderança para o Pará, tem recuperado e mantido a primeira posição no ranking. Em agosto, o Estado somou R$ 307,5 milhões e o Pará R$ 305,7 milhões em royalties da mineração. O total nacional do mês foi de R$ 701,7 milhões. Isso indica que as participações foram de 43,7% e 43,5%, respectivamente.
Entre janeiro e agosto, a arrecadação do Pará chegou a R$ 1,984 bilhão. O total do Brasil foi de R$ 4,695 bilhões. Assim, o Pará respondeu por 42,2% e Minas Gerais por 43,9% do total nacional no período.
Maiores arrecadadores da Cfem
Entre os municípios mineradores de Minas Gerais, Conceição do Mato Dentro, no Médio Espinhaço, permanece com a maior contribuição para o resultado do Estado no acumulado de 2022. Ao todo foram R$ 263 milhões em royalties de minério de ferro, representando 12,7% do total. Na mesma época do ano passado, a cidade havia recebido R$ 452 milhões.
Mariana, na região Central, também se destacou com a arrecadação de R$ 221 milhões ou cerca de 11%. No ano passado até agosto, a cidade havia recolhido R$ 260 milhões.
Itabirito, na RMBH, somou R$ 215 milhões, enquanto nos mesmos meses de 2021 o valor arrecadado foi de R$ 338 milhões. A cidade respondeu por cerca de 10% do total do Estado.
Também vêm se destacando em 2022: Itabira (Central), com R$ 195 milhões; Congonhas (Campo das Vertentes), com R$ 159 milhões; e Nova Lima (RMBH), com R$ 156 milhões.
Vale descaracteriza mais 3 barragens e cumpre meta
A Vale concluiu a eliminação de mais três barragens de mineração a montante em Minas Gerais, cumprindo a meta de descaracterizar cinco estruturas desse tipo em 2022, informou a mineradora ontem.
As obras foram concluídas no Dique Auxiliar da Barragem 5, na mina Águas Claras, em Nova Lima, e na barragem Ipoema, na mina do Meio, e no Dique 3 do Sistema Pontal, na mina Cauê, ambos em Itabira.
Com isso, a companhia chega a 12 barragens eliminadas desde 2019, que representam 40% das 30 estruturas previstas no seu Programa de Descaracterização. Das 12 estruturas, nove ficavam em Minas Gerais e três no Pará.
A descaracterização de barragens a montante é parte da transformação na gestão de estruturas de disposição de rejeitos da mineradora e uma das principais ações para evitar que rompimentos como o de Brumadinho, em 2019, voltem a acontecer. (Reuters)
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