Arrecadação federal cresce 21,52% em Minas Gerais

A arrecadação de impostos e contribuições federais em Minas Gerais somou R$ 10 bilhões em agosto. O resultado representa um aumento de 21,52% na comparação com o mesmo mês de 2020. Em relação a julho deste ano, houve queda de 13,77%. Com o resultado de agosto, no acumulado, o valor arrecadado no Estado já é de R$ 81,6 bilhões, aumento de 25% frente aos oito primeiros meses de 2020.
Em agosto, somente o valor administrado pela Receita Federal do Brasil chegou a R$ 10,02 bilhões em Minas, alta de 21,37% em relação a agosto de 2020, quando R$ 8,2 bilhões foram arrecadados. Frente a julho, houve queda de 13,9%, já que a arrecadação havia sido de R$ 11,6 bilhões.
No período, a receita previdenciária somou R$ 3,4 bilhões, ante os R$ 3,39 bilhões registrados em agosto do ano anterior, o que significa uma expansão de 2,02%. Em relação a julho, foi verificada elevação de apenas 0,27%.
Em Minas Gerais, dentre os impostos federais, a arrecadação do Imposto sobre a Renda – Total (IR) foi a que gerou a maior receita em agosto. No mês, o IR foi responsável pelo recolhimento de R$ 2,9 bilhões, ficando 27% menor quando comparado com julho (R$ 4,03 bilhões). Já em relação a agosto de 2020, a expansão foi expressiva chegando a 81,4%, ante os R$ 1,6 bilhão arrecadados no oitavo mês do ano anterior.
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O recolhimento do IR referente às pessoas físicas somou R$ 498,1 milhões, valor 61,35% maior que o arrecadado em igual mês de 2020, quando o montante estava em R$ 308,6 milhões. Frente a julho, o aumento foi de 1,9%.
No mesmo período, a arrecadação do IR junto às pessoas jurídicas no Estado somou R$ 1,6 bilhão, subindo 147% quando comparado com a receita registrada no mesmo mês do ano anterior, que totalizava R$ 668,9 milhões. A arrecadação do imposto de renda junto às pessoas jurídicas ficou menor quando comparado com julho, 39,02% de queda, já que no sétimo mês do ano, a movimentação chegou a R$ 2,7 bilhões.
Em relação ao imposto sobre importação, em agosto, a taxação foi responsável por movimentar R$ 129 milhões. No mesmo mês do ano anterior foram arrecadados R$ 165,9 milhões, o que representa um decréscimo de 22,2%. Na comparação com julho, o avanço foi de 1,4% uma vez que o valor arrecadado era de R$ 127,2 milhões.
Os valores referentes à arrecadação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) também apresentaram aumento em Minas Gerais. Enquanto em agosto de 2021 foram registrados R$ 715,5 milhões, em igual intervalo de 2020 o número era de R$ 696,38 milhões, incremento de 2,68%. O valor ficou 4,9% maior quando comparado com julho.
O recolhimento da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) em Minas somou R$ 1,31 bilhão no mês passado, 4,6% inferior aos R$ 1,38 milhão registrados em agosto de 2020. Porém, na comparação com julho (R$ 1,26 bilhão) foi observada alta de 3,8%.
A contribuição para o Programa Integração Social/Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep) também avançou em agosto. A arrecadação totalizou R$ 413 milhões, o que mostra uma alta de 4,71% na comparação com julho, que registrou R$ 394,4 milhões. Já em relação a agosto do ano anterior, foi verificada queda de 9,09%.
Déficit primário foi menor que o esperado
Brasília – O governo central, formado por Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social, registrou um déficit primário de R$ 9,9 bilhões em agosto, menor do que o estimado pelo mercado, ajudado pela maior arrecadação e recebimento de volume expressivo de dividendos da Petrobras.
Conforme dados divulgados pelo Tesouro ontem, os dividendos totais somaram R$ 7,2 bilhões no mês, contra apenas R$ 694,8 milhões em igual mês de 2020. A conta foi impulsionada pelo pagamento de R$ 6,1 bilhões feito pela Petrobras.
Já a arrecadação com impostos recolhidos pela Receita Federal subiu 20% sobre agosto do ano passado, um acréscimo de R$ 15,1 bilhões.
Com isso, o resultado primário do mês veio melhor que a projeção de um déficit de R$ 13,5 bilhões apontada em pesquisa com analistas. Em agosto do ano passado, sob o impacto das medidas de enfrentamento à pandemia da Covid-19 e da recessão econômica, o governo central registrou um saldo negativo de R$ 96,1 bilhões.
No acumulado de janeiro a agosto, o rombo nas contas públicas foi de R$ 83,3 bilhões, contra R$ 601,3 bilhões em igual período de 2020, em um dado que, segundo o Tesouro, aponta que o Brasil poderia estar perto de zerar o déficit primário em 2021, ou mesmo ter um pequeno superávit, se desconsiderados os gastos extraordinários de combate à pandemia.
“O resultado de agosto corrobora a tendência de melhora consistente nos indicadores fiscais”, disse o Tesouro, em nota.
Recentemente, o Ministério da Economia já havia melhorado sua projeção de déficit primário para o governo central em 2021 a R$ 139,4 bilhões, diante da perspectiva de maior arrecadação.
O Tesouro frisou que neste ano as despesas ligadas ao enfrentamento da crise com o coronavírus estão mais focalizadas, com um volume autorizado ao redor de 1,6% do PIB, frente a 7% do PIB em 2020.
“Outro aspecto a se notar é o papel do teto de gastos como principal âncora fiscal num período de recuperação da receita”, disse o Tesouro, ressaltando que, com o mecanismo, a alta na arrecadação não se reverte em criação de novos gastos, mas em melhoria no resultado primário e da trajetória de endividamento.
“A recuperação da capacidade de geração de superávits primários no Brasil é uma necessidade premente, uma vez que o país, na comparação com seus pares, possui uma dívida em média mais alta e mais cara”, destacou o Tesouro. (Reuters)
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