Economia

Arrecadação em Minas Gerais ultrapassa R$ 268,4 bilhões em impostos

Levantamento é da ACSP e alta em 2024 no Estado foi de 18,7% na comparação com o ano anterior; montante foi o terceiro maior entre as unidades federativas
Arrecadação em Minas Gerais ultrapassa R$ 268,4 bilhões em impostos
Foto: Gil Leonardi / Imprensa MG

A arrecadação de Minas Gerais superou mais de R$ 268,4 bilhões em tributos federais, estaduais e municipais em 2024. É o que mostra o Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). A ferramenta mede em tempo real os valores pagos pelos contribuintes aos governos, contabilizando impostos, taxas e contribuições, incluindo as multas, juros e correção monetária.

No período analisado, o valor foi o terceiro maior entre todas as unidades federativas e representou 7,05% do total recolhido nacionalmente (R$ 3,632 trilhões). À frente, ficaram São Paulo, com R$ 1,294 trilhão (37,39%), e Rio de Janeiro, com R$ 495,2 bilhões (13,78%).

No exercício anterior, 2023, havia sido recolhido o montante de R$ 226 bilhões em Minas
Gerais até o último dia do ano. Ou seja, de um ano para o outro, o recebimento estadual de tributos aumentou 18,7%. A marca mineira foi alcançada no dia 7 de novembro de 2024. São 54 dias de antecedência em comparação a 2023.

Se a arrecadação de impostos em Minas atingiu essa evolução, no Brasil ocorreu o mesmo
movimento: a arrecadação de tributos do País em 2024 superou os R$ 3,059 trilhões recolhidos em 2023 com 54 dias de antecedência. O resultado representou uma alta anual também de 18,7%.

Alta nas vendas no comércio e da inflação

O economista e superintendente do Instituto de Economia da ACSP, Marcel Solimeo, aponta
que, em 2024, a alta nas vendas no comércio e da inflação no País criou um efeito duplo de aumento na arrecadação de impostos. Além disso, mudanças na tributação, como no caso dos combustíveis, por exemplo, também contribuíram para o resultado.

“Vários estados tinham reduzido a alíquota de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços) e depois foram restabelecendo a alíquota anterior, o que impactou a arrecadação.
Houve alguns produtos que tinham condições favorecidas na pandemia e que depois foram
canceladas”, explica Solimeo.

O economista afirma que a questão central para o crescimento do volume de tributos recolhidos é a busca do governo federal em aumentar a arrecadação de impostos para cumprir as metas do arcabouço fiscal, em vez de cortar gastos públicos.

Ele ressalta que o contribuinte deve se preparar para novas medidas de aumento de impostos
neste ano, como a já anunciada tributação de dividendos. Além disso, Solimeo acredita que
a isenção do imposto de renda para salários de até R$ 5 mil, que será proposta pelo governo federal este ano, “seguramente será mais do que compensada” com aumento do tributo em outras faixas salariais.

“O contribuinte está muito desprotegido. O Congresso Nacional tem sido muto conivente
com aumento dos tributos. A tendência é aumentar a carga tributária, uma carga extremamente elevada para um país de renda média como o Brasil”, critica o economista da ACSP.

Além das altas consecutivas da carga tributária ao longo dos anos, Solimeo analisa que o aumento da dívida pública agrava o quadro para o contribuinte, que pode sofrer com mais impostos para aumentar a arrecadação. “Se o governo não cortar os gastos para diminuir a dívida, ele vai ter que cobrar de alguém no futuro, e esse alguém somos nós”, finaliza. %

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