Assessoria de investimentos cresce no País, e jovens lideram mão de obra

O mercado de capitais brasileiro está vivenciando um momento de popularização, atingindo um marco histórico com 5,3 milhões de investidores pessoas físicas. Os cadastros constam na B3, a bolsa de valores nacional, conforme os dados do mês de maio deste ano. Acompanhando essa demanda crescente, o número de assessores de Investimento em atividade no País também alcançou um patamar inédito.

Em junho, houve um aumento de 22% no número de profissionais credenciados em apenas 12 meses, totalizando 23.798 assessores, sendo 18.271 vinculados a instituições financeiras. As informações são da Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias (Ancord).

De acordo com o head de Comunicação e Marketing da Ancord, Luis Abdal, o crescimento está ligado diretamente ao aumento do interesse dos brasileiros pelos produtos de investimento. “Os investidores querem diversificar suas carteiras de investimento e buscam, nos assessores vinculados às corretoras, a ajuda necessária para escolherem os melhores produtos para seus perfis”, diz. “A expansão do número de AIs (assessores de investimentos) passa por isso também. É um trabalho muito importante que o assessor realiza principalmente junto ao investidor iniciante. Ele apresenta as características do mercado e explica as diferentes estratégias de alocação de recursos”, acrescenta o especialista.

Entre os assessores de investimentos, destaca-se uma faixa etária específica: os profissionais com idade entre 26 e 35 anos, que representam 36% do total. Além disso, 14% dos assessores têm entre 18 e 25 anos. Juntos, esses profissionais com até 35 anos compõem metade do cenário atual.

Profissão é opção para quem está em início de carreira

Para compreender esse cenário, Luis Abdal pontua que se trata de uma tendência natural. “É natural assim como acontece com quase todas as profissões. Ainda mais com uma atividade que teve um boom relativamente recente”, diz.

Segundo ele, os jovens estão sempre à procura de novas oportunidades e, com o crescimento que o mercado vem experimentando nos últimos anos, a profissão de assessor de investimentos ficou também em evidência. “É uma profissão que atrai a quem está em início de carreira. Além disso, o empreendedorismo é uma marca do brasileiro. E nunca esteve tão em alta no Brasil. Esse apelo favorece muito a procura pela atividade de assessor de investimento”, afirma.

A análise da Ancord também revela que a maioria dos assessores de investimentos está concentrada na região Sudeste, correspondendo a 62,2% do total, com destaque para o estado de São Paulo, onde 40,2% dos assessores estão localizados. Em contrapartida, a região Norte possui a menor proporção de assessores, representando aproximadamente 1,3% do total.