Associação quer transformar o Aeroporto Carlos Prates em modal social

A Associação Voa Prates, em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e sindicatos, propõe assinar uma carta com alternativas para a reativação do Aeroporto Carlos Prates como um modal social. Localizado no bairro Carlos Prates, região Noroeste de BH, o aeroporto está inativo há 130 dias. A entidade apresentou um plano estratégico durante uma reunião realizada com a presidência da Fiemg, sindicatos parceiros e autoridades políticas.
A proposta da Associação é destacar o potencial do aeroporto como um importante ativo social. Embora ainda não tenha ganhado destaque, a ideia de assinar a carta com alternativas visa chamar a atenção para a importância de reativar o aeroporto, visando benefícios sociais e melhorias para a comunidade local.
Dentre as alternativas apresentadas, destaca-se a proposta de transformar o Hospital Alberto Cavalcanti, nas proximidades do aeroporto, em um centro especializado em emergências e transplantes. Essa iniciativa, pioneira na América Latina, inclui a instalação de uma pista de pouso para receber pacientes diretamente de aviões, proporcionando um atendimento mais ágil e eficiente.
Ao assinar a carta, a Associação Voa Prates espera que a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) repense a decisão de querer construir um novo bairro no terreno.
Segundo o presidente do Voa Prates, Estevan Velásquez, o objetivo do planejamento é aproveitar ao máximo o potencial do Aeroporto Carlos Prates, que possui mais de 80 anos de história, para se tornar um aeroporto que atenda as necessidades públicas e sociais para fomentar um desenvolvimento econômico e sustentável do Estado.
“O hospital é uma joia e ele está na parede do aeroporto. Se você derrubar uma parede sequer do aeroporto, o hospital terá acesso com vista para a pista. Queremos criar um case mundial do qual o aeroporto pode ser uma base para situações emergenciais e urgências para que pacientes possam fazer cirurgias com poucos minutos após o pouso” diz.
Velásquez argumenta que a Associação entende essa como a vocação do terminal e que a proposta já foi, inclusive, apresentada tanto para a PBH quanto para o Governo do Estado. “Um planejamento que já existe há quatro anos e que estava sendo implantado pelo Governo de Minas com propostas de investimentos, PMI e a possibilidade de uma privatização, mas o prefeito Fuad Noman e o governo federal aproveitaram de uma situação eleitoreira para impossibilitar o andamento desse projeto”, afirma.
O representante da Voa Prates argumenta que caso a proposta não vá para frente, Belo Horizonte e Minas Gerias perderão a oportunidade de ter um empreendimento aéreo e social de vanguarda. “Isso está, infelizmente, desperdiçado. O Aeroporto Carlos Prates tem um grande potencial, que vai além dos seus 80 anos de história. Queremos que ele se transforme em um aeroporto social, que atenda também crianças e jovens para o ensino profissionalizante técnico, capacitação empresarial e seja polo de pesquisa em tecnologia e inovação”, complementa Velásquez.
Apoio de parlamentares da Câmara Municipal
Presente na reunião, o vereador Bráulio Lara (Novo), ressaltou que há interesse da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) em tratar de uma pauta para obstrução de manobras políticas da Prefeitura em mudar o futuro do equipamento.
“Se o prefeito quiser, ele pode revisitar a sua decisão e colocar o aeroporto em ativação amanhã mesmo, mas precisamos levar essa luta à frente. A gente sabe a importância que é de um aeroporto para o desenvolvimento econômico, e Belo Horizonte tem virado a campeã, entre as capitais, no sentido de expulsar investimentos. Estamos na terra de Santos Dumont e não vermos uma perspectiva diferenciada sobre o Aeroporto Carlos Prates, que presta um serviço essencial há 80 anos, é algo crítico”, denuncia.
“Se daqui a 10 anos precisarmos de um aeroporto, onde ele vai ser? Ainda mais numa região montanhosa como a nossa? Afinal, uma canetada da PBH resolve toda essa questão. Não queremos criar uma dualidade política, mas reabrir uma força econômica para o desenvolvimento da cidade e de Minas”, completa.
Novos projetos para o Carlos Prates
A associação também planeja estabelecer parcerias com Fiemg, Sesi e Senai, visando o desenvolvimento de ações sociais e institucionais voltadas para o ensino profissionalizante tecnológico, capacitação empresarial, aperfeiçoamento profissional e pesquisa em tecnologia e inovação.
Outro aspecto do plano da Voa Prates é o foco no bem-estar da comunidade. Está prevista a construção de um parque e centro esportivo, bem como a disponibilização de serviços de atendimento odontológico, fisioterapia, nutrição e psicologia. Além disso, a associação planeja criar um museu interativo de aviação, visando preservar a história aeronáutica e promover a educação.
Por fim, com o intuito de impulsionar a economia regional, a Associação Voa Prates pretende desenvolver um centro comercial voltado para a comunidade, proporcionando oportunidades de negócios e atraindo investimentos para a região. Segundo os representantes, essas iniciativas visam promover o crescimento econômico de forma sustentável e contribuir para o desenvolvimento social e a melhoria da qualidade de vida dos moradores do bairro Padre Eustáquio.
“A proposta busca não apenas reativar o aeroporto, mas também transformá-lo em um polo de desenvolvimento sustentável, impulsionando a economia local e oferecendo benefícios para a comunidade”, conclui Estevan Velásquez.
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