Atacadistas enviam ao governo projeto para simplificar sistema

Atibaia* – Pleito antigo da classe empreendedora, atacadistas e distribuidores brasileiros também lutam pela desburocratização e simplificação tributária com o intuito de impulsionar os negócios do setor no País. E para colaborar para as discussões e projetos, a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad) e suas afiliadas regionais elaboraram um documento com propostas e sugestões ao Ministério da Economia.
Entregue ao subsecretário de Desenvolvimento de Comércio e Serviços da Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, Fábio Augusto Luiz Pina, pelo presidente da Abad, Emerson Destro, a proposta indica melhores práticas para mitigar os efeitos da burocracia excessiva na cadeia de abastecimento nacional.
Durante a solenidade de abertura da 39ª Convenção Anual do Canal Indireto, o subsecretário recebeu o documento e agradeceu a contribuição do setor, prometendo para breve um pacote de medidas que poderão dar novo ânimo ao setor produtivo nacional.
“São medidas de simplificação focadas na indústria e no comércio que conseguimos implementar sem ter de passar pelo Congresso e que farão toda a diferença na vida do empresariado”, afirmou.
Pina disse ainda que a intenção do governo, nos próximos dez anos, é diminuir a carga tributária para um percentual próximo de 20% do Produto Interno Bruto (PIB), mas que “só será possível falar em reforma tributária se for equacionada a questão da Previdência”, adiantou.
Presente no evento, o presidente da Associação dos Atacadistas Distribuidores do Estado de Minas Gerais (Ademig), Paulo César Bueno de Souza, comemorou o anúncio e reiterou que o setor não quer tratamento diferenciado, apenas a isonomia.
Minas é destaque – “A questão tributária é hoje um dos principais entraves ao nosso desenvolvimento. Inclusive, o fato de as empresas mineiras terem conseguido ultrapassar as paulistas indica um movimento de superação das distribuidoras do Estado”, disse, em alusão ao fato de, pela primeira vez, em 25 anos, Minas Gerais ter ultrapassado São Paulo na representatividade do faturamento do setor atacadista, conforme o Ranking Abad-Nielsen 2019, da entidade nacional.
Enquanto juntas as empresas mineiras somaram 19% das receitas nacionais, as paulistas chegaram a 14,1%.
“Minas foi e é considerado o berço atacadista do Brasil, por uma questão de posição geográfica, ancorando a logística de bens de consumo. O que temos assistido nos últimos anos são mudanças em função de novas tecnologias, em que todos têm buscado se adaptar e buscar um espaço neste novo mercado. Minas tem se destacado positivamente”, avaliou.
Em relação ao atual exercício, o presidente da entidade mineira disse que as expectativas dão conta de um crescimento alinhado às projeções do Produto Interno Bruto (PIB). A última edição do relatório Focus, divulgado na segunda-feira (22) pelo Banco Central (BC), trouxe mais uma redução da estimativa do crescimento nacional, passando de 1,95% para 1,71%.
“A confiança está em alta e a expectativa é positiva. Viemos de um período conturbado politicamente e, a partir de agora, as perspectivas já estão mais positivas. O setor atacadista e de distribuição é um dos que mais emprega no País. Esperamos que realmente as propostas de reformas e simplificações aconteçam para eliminar quaisquer distorções que nos impedem de empregar ainda mais”, concluiu.
(*) A repórter viajou a convite da Abad.
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