Economia

Atingidos pelas chuvas terão crédito do BDMG

Empresas com empréstimos já tomados também poderão renegociar dívidas com instituição
Atingidos pelas chuvas terão crédito do BDMG
Ao todo, banco vai destinar R$ 200 milhões para habitação | Crédito: Charles Silva Duarte

O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) lançou linhas de crédito que somam mais de R$ 360 milhões para cidades e micro e pequenas empresas atingidas pelas fortes chuvas que caíram no Estado entre dezembro e janeiro. Além do montante já anunciado pelo governador Romeu Zema (Novo), há duas semanas, no âmbito do programa Recupera Minas, recursos extras serão liberados para negócios localizados em regiões em situação de emergência ou calamidade pública.

Do total, R$ 200 milhões serão destinados à habitação, R$ 116 milhões para micro e pequenas empresas e R$ 50 milhões para obras de infraestrutura. Empresas com empréstimos já tomados também poderão renegociar suas dívidas com a instituição. Todas as linhas possuem prazos e taxas especiais.

O novo diretor-presidente do banco de fomento, Marcelo Bomfim, ex-superintendente regional da Caixa Econômica Federal, destacou a importância da atuação da instituição financeira não apenas para o desenvolvimento do Estado, mas em momentos de emergência, como o causado pelas chuvas que atingiram Minas Gerais.

“O governo lançou o Recupera Minas, e o banco auxilia com quatro ações voltadas aos impactados. Tudo isso respeitando as regras de governança. São medidas emergenciais, mas que foram estruturadas de forma que não prejudiquem a sustentabilidade financeira da instituição”, explicou.

A linha BDMG Habitação Municípios disponibiliza crédito para que o poder público das cidades atingidas possa construir moradias em terrenos próprios e doá-las às famílias que perderam suas casas em função das chuvas.

Dos R$ 200 milhões disponibilizados pelo BDMG, R$ 182 milhões são provenientes de um aporte de capital feito pelo governo de Minas, permitindo condições de contratação diferenciada para as prefeituras: juros prefixados de 0,5% ao mês e até 96 meses para pagar, incluída carência de 12 meses. Cada cidade pode inscrever projetos financiáveis entre R$ 100 mil e R$ 2 milhões e a contratação já pode ser feita 100% on-line no site do banco (bdmg.mg.gov.br/municipios), com menor burocracia e prazos mais ágeis.

Além deste financiamento, o BDMG também disponibilizou outra linha de crédito com orçamento de R$ 50 milhões para as prefeituras investirem em infraestrutura em geral.

Já para as micro e pequenas empresas, o plano Recupera Minas previa aportes de R$ 37 milhões, mas até a segunda-feira (31), a linha de crédito destinada a prover capital de giro para os negócios localizados nessas regiões já havia recebido 423 propostas, tendo sido aprovados R$ 27 milhões. Em função da forte demanda, o orçamento desta linha foi aumentado para R$ 116 milhões.

“Sabemos que para a retomada da atividade econômica é muito importante potencializar o apoio às empresas. Por isso, outra ação do banco é a possibilidade de aqueles negócios já com crédito tomado renegociarem suas dívidas“, afirmou.

Gestão próxima

Empossado no último dia 24 de janeiro como novo diretor-presidente do BDMG, Bomfim atuou por 33 anos na Caixa e como superintendente regional na Capital, região metropolitana e em todas as regiões de Minas Gerais conheceu de perto a realidade de muitos municípios mineiros. Assim, sua gestão promete ser de ainda mais proximidade com as prefeituras.

Especialista em gestão pública, o executivo também auxiliou vários municípios nos repasses de recursos do Orçamento Geral da União, financiamento, além de ser vocacionado para a capacitação de entes públicos e pretende dar continuidade a iniciativas como essas à frente do BDMG.

“Ao percorrer 580 municípios em Minas, passei a conhecer as tradições de nosso povo mineiro de cada região. Por isso, dedico minha experiência em favor desse desenvolvimento. Queremos ser um hub de excelência para auxiliar nossas cidades na captação de projetos importantes”, revela.

No setor privado, sem prejuízo da atuação com médias e grandes empresas, a proposta é que o pequeno empreendedor possa ser um dos principais focos. Para isso, conforme Bomfim, o banco já desenha uma atuação na oferta de microcrédito para empreendedores individuais, bem como prospecta uma maior proximidade junto às cooperativas para o repasse de crédito do agronegócio a pequenos agricultores. Do ponto de vista financeiro e institucional a meta é reduzir o custo de captação e buscar outras fontes de receitas.

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