Atividade industrial e empregos recuam em Minas Gerais

A produção industrial em Minas Gerais apresentou redução em maio, após duas altas consecutivas em março e abril. O índice ficou em 49,4 pontos, abaixo dos 50, que é considerada a fronteira entre recuo e expansão. O nível de emprego também caiu no quinto mês (49,8 pontos), após apurar alta no indicador nos quatro meses anteriores. Os dados são da pesquisa Sondagem Industrial, divulgada pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg)
A queda na produção industrial em Minas Gerais foi influenciada pelo menor número de dias úteis em maio, conforme explicações da economista da Fiemg, Daniela Muniz. O indicador apresentou baixa de 2 pontos na comparação com abril (51,4 pontos) e de 2,1 pontos em relação a maio de 2023 (51,5 pontos), sendo o menor para o mês em quatro anos.
De acordo com Daniela Muniz, ainda assim, existe um contexto de crescimento no consumo das famílias, influenciado pela renda disponível, pelos precatórios pagos pelo governo no início do ano e pelo aumento real do salário mínimo. “Esse cenário, que vem desde o começo de 2024, fez com que houvesse uma injeção enorme de recursos na economia. Por sua vez, o mercado de trabalho tem se mantido aquecido e observamos uma redução gradual na taxa de juros”, explica.
Empregos, utilização da capacidade e estoques
O índice de evolução do número de empregados marcou 47,8 pontos no mês, mostrando recuo do emprego pela primeira vez no ano. O indicador apresentou queda de 2,7 pontos em relação a abril (50,5 pontos) e de 0,8 ponto frente a maio de 2023 (48,6 pontos), sendo o mais baixo para o mês em quatro anos.
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Já a utilização da capacidade instalada efetiva em relação à usual marcou 43,9 pontos no quinto mês de 2024 e permaneceu abaixo dos 50 pontos, indicando que as empresas operaram com capacidade produtiva inferior à habitual para o mês. O índice ficou estável frente a abril e apresentou pequeno avanço de 0,2 ponto em relação a maio de 2023 (43,7 pontos). De toda forma, o indicador ficou 2 pontos acima da sua média histórica, de 41,9 pontos.
Os estoques de produtos finais aumentaram pelo segundo mês seguido, índice de 52,2 pontos em maio – dados acima de 50 pontos e “indicam elevação dos estoques, ficando acima do nível planejado pelas indústrias, apontando que a demanda por bens foi inferior à esperada. E este foi o maior índice para o mês registrado nos últimos cinco anos”, disse a economista.
Expectativas
Entretanto, as expectativas para os próximos seis meses com relação à demanda e à compra de matérias-primas são positivas para o segmento industrial de Minas Gerais, mesmo com as intenções de investimento recuando na comparação mensal. Porém, ainda maiores que as apuradas há um ano.
A expectativa de demanda registrou 55,2 pontos em junho, mostrando perspectiva de elevação da demanda nos próximos seis meses, pelo 48º mês consecutivo, ao ficar acima dos 50 pontos. O indicador apresentou queda de 1,2 ponto na comparação com maio (56,4 pontos) e de 0,6 ponto ante junho de 2023 (55,8 pontos), sendo o menor para o mês em quatro anos.
Com relação às expectativas para os próximos seis meses, a compra de matérias-primas marcou 52,8 pontos em junho, mas o índice reduziu 2 pontos tanto em relação a maio (54,8 pontos) quanto em relação a junho de 2023, e foi o menor para o mês em quatro anos. “A demanda por bens foi abaixo do esperado, o que acaba limitando a produção futura, pois os empresários precisam vender os estoques antes”, disse a Daniela Muniz.
O indicador de expectativa de número de empregados registrou 49,2 pontos em junho e sinalizou, pela primeira vez no ano, perspectiva de queda do emprego industrial em Minas Gerais nos próximos seis meses. E a intenção de investimento marcou 59 pontos neste mês, recuo de 0,4 ponto frente a maio (59,4 pontos), mas foi 0,8 ponto superior ao apurado em junho de 2023 (58,2 pontos).
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