Economia

Atividade industrial está em alta no Estado

Produção do setor cresceu 1% e acumula um incremento de 6,2% nos primeiros cinco meses do ano, aponta o IBGE
Atividade industrial está em alta no Estado
Crédito: Marcelo Albuquerque de Lima / Usina Coruripe

Após registrar queda de 3% em abril, a produção industrial de Minas Gerais voltou a crescer em maio. De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a alta foi de 1% frente a abril, na série com ajuste sazonal. Com o resultado, a atividade apresentou um desempenho melhor que o nacional, que aumentou apenas 0,3% no mesmo período. Nos cinco primeiros meses do ano, a indústria mineira acumula alta de 6,2%.

Os dados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF Regional) mostram que, em maio, Minas Gerais foi a quarta influência positiva para o resultado nacional.

Dez dentre os quinze locais pesquisados, tiveram elevação da produção em maio, sendo Amazonas (12,8%), Pernambuco (5,6%) e Paraná (5,3%) respondendo pelas maiores expansões, enquanto Santa Catarina (2,7%) e Bahia (2,4%) tiveram as maiores quedas no mês.

A analista de pesquisa do IBGE em Minas Gerais, Alessandra Coelho de Oliveira, destaca que o resultado em maio, frente a abril, teve como uma das influências a retomada da produção nas usinas de cana-de-açúcar.

“A alta de 1% registrada foi a quarta maior influência positiva no índice nacional. O destaque para a indústria de derivados de petróleo e biocombustíveis. Uma possibilidade para o crescimento é a retomada da industrialização da cana-de-açúcar nesse mês e, isso, pode ter tido impacto no resultado, com a produção de etanol”, explicou.

O economista-chefe do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Izak Carlos da Silva, explica que o resultado positivo teve impactos tanto do segmento de automóveis – que apresentou uma demanda maior no mercado interno, como no de extração, com aumento significativo na busca asiática por minério de ferro beneficiado.

“Em Minas, mais do que no restante do País, tivemos um avanço expressivo na demanda por veículos, peças e acessórios, o que movimentou toda a cadeia produtiva. Além disso, a China, desde o fim de 2022, tem retomado as atividades econômicas e, consequentemente, as importações de minério de ferro, o que coloca o nosso Estado em posição favorável na rota deste comércio”, explicou.

Ao longo dos primeiros cinco meses do ano, a indústria mineira acumulou aumento de 6,2%, superando em muito o resultado nacional, que fechou o intervalo com retração de 0,4%. Nesta base de comparação, Minas Gerais apresentou a maior influência positiva sobre o indicador geral.

No período, houve queda em 11 dos 18 locais pesquisados, com destaque para Rio Grande do Sul (6,4%), Santa Catarina (4,5%) e Ceará (4,4%). Entre as altas, além de Minas, também foram destaques o Amazonas (10,4%) e o Pará (5,2%).

Considerando os primeiros cinco meses do ano, os dados do IBGE mostram que, no Estado, os principais destaques foram as indústrias dos setores extrativo, cuja produção cresceu 14,1%.

As Indústrias de transformação cresceram 3,3%. No segmento de transformação, 8 das 13 atividades pesquisadas apresentaram crescimento. Os destaques foram a produção de produtos de borracha e de material plástico que ficou 17% superior, seguida pela produção de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, com alta de 14,7%. A fabricação de celulose, papel e produtos de papel aumentou 10%, Máquinas e equipamentos, 11,2%, e veículos automotores, reboques e carrocerias, 10,4%.

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No sentido oposto, entre janeiro e maio, houve queda na produção de produtos químicos, 9%, de produtos de minerais não metálicos, 4%, e na fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos, com redução de 11,1%.

Na comparação de maio com igual mês de 2022, Minas Gerais apresentou aumento da produção industrial de 5,2% e o Brasil de 1,9%, sendo o resultado do Estado a terceira maior influência positiva sobre este indicador.

Entre as indústrias, a produção das extrativas aumentou 5,3% e a de transformação, 5,1%.

No acumulado dos últimos 12 meses, enquanto a indústria nacional ficou estável, Minas Gerais teve aumento de 2,3%.

Dentre as 14 atividades divulgadas para Minas Gerais, nove apresentaram crescimento na produção industrial em relação a maio de 2022. As maiores variações ocorreram na produção de máquinas e equipamentos, 35,3%, celulose, papel e produtos do papel, 20,5%, e produtos do metal, 17,0%. No sentido oposto, foram destaque os produtos químicos, com queda de 15,4%, e bebidas, 12,4%.

A analista do IBGE, Alessandra Coelho, destaca que os resultados de Minas se mantiveram acima da média Brasil.

“Nós estamos vendo esse resultado de Minas acima do Brasil há alguns meses. Inclusive, avaliando os resultados com os de antes da pandemia, vemos que Minas está em um patamar superior. A produção industrial, em maio, ficou 9,1% acima se comparada com a de fevereiro de 2020, enquanto no Brasil, o aumento foi de apenas 1,5%”, disse.

Tendência é positiva

Segundo o economista-chefe do BDMG, Izak Carlos Silva, as expectativas para os próximos meses são positivas e a tendência é que os resultados de Minas Gerais sigam acima da média nacional.

“Esperamos um crescimento da produção industrial do Estado em ritmo superior ao do País. No cenário doméstico, fatores como o recuo da inflação, a resiliência do mercado de trabalho e os estímulos fiscais devem sustentar a demanda nos segmentos mais atrelados à renda, como alimentos, bebidas e combustíveis”.

Ainda segundo Silva, o incentivo à compra de veículos deve impulsionar a cadeia da indústria automotiva do Estado.

“Nesse sentido, em junho, o índice de confiança do empresário mineiro registrou o quinto avanço consecutivo e o número de emplacamentos de veículos cresceu 5,5%, em relação a maio. No cenário externo, a demanda da China por minério de ferro deve continuar beneficiando a indústria extrativa do Estado, a despeito do crescimento chinês aquém do esperado”.

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