Atividades não essenciais podem ser fechadas em BH

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), afirmou, na quarta-feira (30), em entrevista coletiva de imprensa, que vai aguardar mais uma semana para anunciar se os serviços não essenciais vão ser novamente paralisados ou não na capital mineira.
De acordo com ele, os números relacionados à pandemia da Covid-19 é que irão dizer o que deverá ser feito. “Estamos em uma semana decisiva”, frisou ele. “Em uma semana, se os níveis continuarem como estão e não havendo decréscimo, a cidade entrará em nível de fechamento, apenas com o comércio essencial aberto”, salientou.
Além disso, o prefeito reforçou a gravidade da situação vivida atualmente. “Quem quer ver seu ente querido, seu pai, sua mãe, sua avó, um amigo mais velho, que se comporte pelo menos uma vez no ano, pois a situação é grave”, disse ele, destacando que não se deve “nadar tanto para morrer na praia”.
Os números da pandemia na capital mineira têm sido motivo de preocupação. O nível de ocupação de leitos das UTIs passou de 39,16% para 78,8% desde o começo do mês de dezembro. No entanto, a taxa de transmissão da doença ficou abaixo de 1 na última terça-feira (0,95).
Economia – O aumento de números da pandemia da Covid-19 se dá em um período em que a economia ainda sofre com os reflexos da disseminação da doença. O comércio de Belo Horizonte, no início do ano, chegou a fechar as portas diante da necessidade de isolamento social.
Entretanto, vários setores têm mostrado preocupação com a possibilidade de isso acontecer novamente. Um dia antes da reunião, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Marcelo de Souza e Silva, por exemplo, destacou o que poderá ocorrer caso haja essa decisão.
“Um novo fechamento agora com certeza irá interromper o processo de recuperação de milhares de estabelecimentos que, às custas de muito trabalho, criatividade e inovação, estão conseguindo se manter de pé. Reafirmamos: se alguém se sacrificou para salvar vidas em nossa cidade, esse alguém foi o comércio”, disse o presidente da CDL-BH.
O próprio prefeito Alexandre Kalil ressaltou, durante a coletiva de imprensa, a esperança de que com a diminuição das pessoas na capital mineira neste período de férias e com um pouco mais de responsabilidade, “nós não tenhamos que sacrificar empregos, empresários e retornar ao fechamento da cidade”.
O secretário municipal de Saúde, Jackson Machado, também ressaltou a importância da prudência neste momento. “Sabemos que é prudente não tomar medidas intempestivas sem analisar todos os dados”, destacou ele, evidenciando que se as festas continuarem a chance de contágio é grande e que o exame negativo não é sinal de que a pessoa não está doente.
O infectologista Estevão Urbano, por sua vez, ponderou que a decisão anunciada na quarta-feira (30), de aguardar mais uma semana, foi “uma das mais difíceis”. “Houve muito debate, foram horas e horas de argumentos. É muito difícil colocar tudo na balança e tomar a decisão com tantos fatores que influenciam. São decisões que precisam ser pensadas durante horas de debate, noites sem sono”, disse.
“Chegamos à conclusão que, neste momento, a balança pesava um pouquinho mais a favor de não fecharmos, mas estamos atentos a toda segurança da cidade”, afirmou Urbano.
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