Atlas Agro garante terreno para fábrica em Uberaba

Com investimentos totais de US$ 850 milhões, em torno de R$ 4,3 bilhões, a Atlas Agro Fertilizantes vai investir na construção da primeira fábrica no Brasil de fertilizantes a partir do hidrogênio verde, em Uberaba, no Triângulo Mineiro. Para isso, a companhia, que tem sede global na Suíça e escritórios na Espanha, Estados Unidos e Brasil, recebeu nesta semana a concessão do terreno do poder público, com a aprovação pela Câmara Municipal do município.
A área pública tem cerca de 1 milhão de metros quadrados, no Distrito Industrial III. O terreno cedido à Atlas é o mesmo onde seria instalada a Planta de Amônia, da Petrobras, que não saiu do papel. O Estado chegou a cogitar o leilão da área, avaliada em R$ 16,8 milhões, só que acabou repassando para a Prefeitura de Uberaba.
Conforme a empresa, a medida do Legislativo de Uberaba prevê também a isenção fiscal para o empreendimento, incluindo remissão do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) do terreno por dez anos. Outro incentivo foi a isenção do recolhimento do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) incidentes sobre os serviços de engenharia, bem como a redução para 2% da alíquota do imposto a ser recolhido pela empresa ou por terceiros por ela contratados.
O diretor de operações da Atlas Agro, Rodrigo Santana, conta que no segundo semestre deste ano começa a ser viabilizado o projeto de engenharia. A previsão é que as obras sejam iniciadas em 2024, com conclusão prevista para meados de 2027.
“Durante o período de construção devem ser gerados aproximadamente 2 mil postos de trabalho e durante a operação vão ser em torno de 540 empregos, entre diretos e indiretos”, conta o executivo. Quando concluída, a fábrica terá uma capacidade de produção para 500 mil toneladas por ano de fertilizantes para atender os clientes da região.
Santana explica que um dos diferenciais do projeto da empresa é que não será necessário a viabilização de um gasoduto. A planta vai utilizar uma matriz 100% sustentável de geração de eletricidade, a partir de fontes renováveis, tais como a solar e eólica, que serão usadas para produção do hidrogênio verde, amônia verde e os fertilizantes nitrogenados com zero carbono.
De acordo com o diretor, o projeto em Uberaba integra o plano estratégico da companhia de ser pioneira na descarbonização da indústria de fertilizantes no Brasil. “Temos planos de construir de sete a nove plantas de fertilizantes nitrogenados verdes no Brasil, ajudando a reduzir a dependência dos fertilizantes importados no País”, frisa.
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