Economia

Atlas e ArcelorMittal se unem para construir usina fotovoltaica em Paracatu com aportes de R$ 895 mi

Projeto prevê gerar energia limpa o suficiente para abastecer mais de 300 mil casas e evitar 20 mil toneladas de emissões de CO2 por ano
Atualizado em 21 de agosto de 2024 • 14:49
Atlas e ArcelorMittal se unem para construir usina fotovoltaica em Paracatu com aportes de R$ 895 mi
Usinas fotovoltaicas em Minas Gerais | Crédito: Divulgação/Atlas Renewable Energy

A produtora de energia renovável Atlas Renewable Energy e a produtora de aço ArcelorMittal vão formar uma joint venture para construir uma usina fotovoltaica em Paracatu, na região Noroeste de Minas Gerais. A potência da planta solar será de 269 megawatts (MW) e a produção prevista é de 69 MW médios/ano. O investimento no projeto será da ordem de R$ 895 milhões. 

A nova instalação fornecerá energia limpa para abastecer as indústrias da siderúrgica nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Serão gerados 578 gigawatts-hora (GWh) anualmente, o suficiente para abastecer mais de 300 mil casas e evitar 20 mil toneladas de emissões de CO2 a cada ano. 

A estimativa é que a implantação do empreendimento gere 930 empregos diretos durante as obras. A previsão é que a usina esteja em operação comercial plena em dezembro de 2025. Após isso, de 30 a 50 colaboradores serão contratados para trabalhar na manutenção do parque solar.

Também serão instaladas uma linha de transmissão de 60 quilômetros (km) até o Sistema Interligado Nacional (SIN), subestação elevadora e um bay de conexão na subestação Paracatu 4.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


Contrato prevê aquisição de ações da Atlas no projeto

O contrato estabelecido entre as companhias segue o modelo BOT (Build, Operate And Transfer), que prevê que, assim que o empreendimento entrar em funcionamento, a ArcelorMittal adquira a parte acionária da Atlas, assumindo a propriedade completa do projeto. A execução do acordo ainda está condicionada a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).

Parque Solar já começou a ser construído

A usina ficará localizada dentro do parque solar Luiz Carlos, que começou a ser construído neste ano. Com um investimento de mais de R$ 2 bilhões, o complexo será o segundo maior da Atlas e deve entrar em operação no fim do próximo ano ou início de 2026. Ele terá uma capacidade total instalada de 787 MWp, ou seja, 40% da energia gerada será destinada para a siderúrgica. 

Os outros 60% vão abastecer, durante 15 anos, as unidades produtivas da Votorantim Cimentos no Centro-Oeste, Sul e Sudeste do País, conforme contrato firmado com a Atlas em janeiro. Em Minas Gerais, a empresa que produz materiais de construção tem fábrica em Itaú de Minas, no Sul do Estado, e centros de distribuição em Uberaba e Uberlândia, no Triângulo Mineiro.

ArcelorMittal vai investir quase R$ 6 bilhões em projetos de energia renovável no Brasil

Nesta quarta-feira (21), durante um encontro com jornalistas para detalhar o acordo com a Atlas, o presidente da ArcelorMittal Brasil, Jefferson de Paula, disse que a empresa investirá quase R$ 6 bilhões em projetos de geração de energia renovável no País nos próximos dois anos. O evento também teve a participação do secretário de Desenvolvimento Econômico Fernando Passalio.

Segundo o executivo, além da usina fotovoltaica em Paracatu, a primeira da siderúrgica em Minas Gerais, o grupo tem dois projetos em andamento na Bahia: um complexo eólico e outro solar, ambos em parceria com a geradora de energia limpa Casa dos Ventos. Ele destacou que, juntos, os três empreendimentos vão reduzir em 200 mil toneladas as emissões de CO2 da companhia.

Conforme Jefferson de Paula, a ArcelorMittal é uma das maiores consumidoras de energia do Brasil. O consumo da empresa é de aproximadamente 1 gigawatt (GW), sendo que 55% vem de geração própria, número que deve subir para o patamar de 85% com os investimentos anunciados. 

“Se o Brasil crescer nos próximos cinco a dez anos como estamos esperando, e a importação de aço chinês diminuir, a geração própria deve cair para 70%, porque vamos investir mais em equipamentos e produzir mais para acompanhar o mercado”, ressaltou o gestor, reiterando que o grupo não deseja produzir 100% da energia que consome e que esse percentual é o suficiente.

“Nossos estudos estratégicos mostraram que o melhor é termos 70% de autoprodução e 30% negociarmos no mercado. Acreditamos que assim barateamos o custo médio da energia”, disse. 

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas