Economia

Atlas Lithium recebe licença para operar projeto de lítio no Vale do Jequitinhonha

Companhia tem agora autorização para desenvolver lavra a céu aberto, montar e operar planta de beneficiamento e vender concentrado do produto
Atlas Lithium recebe licença para operar projeto de lítio no Vale do Jequitinhonha
Atlas Lithium havia entrado com pedido de licenciamento operacional há pouco mais de um ano, em 1º de setembro de 2023; projeto Neves terá componentes da planta montados no Vale do Jequitinhonha, que foram fabricados e testados na África do Sul | Crédito: Divulgação Atlas Lithium

A Atlas Lithium está autorizada a desenvolver lavra a céu aberto, montar e operar planta de beneficiamento e vender o concentrado de lítio que produzirá no Vale do Jequitinhonha.

A empresa recebeu a licença prévia (LP) concomitante com a instalação (LI) e de operação (LO) do governo de Minas Gerais para o projeto Neves. A aprovação foi publicada no Diário Oficial do Estado no último sábado (26). A companhia entrou com pedido de licenciamento operacional há pouco mais de um ano, em 1º de setembro de 2023.

O membro do Conselho de Administração da Atlas, Rodrigo Menck, explica que agora a empresa está apta a realizar a montagem da planta modular de processamento de lítio por separação de meio denso (DMS) – técnica que isola efetivamente o espodumênio dos materiais residuais. Contudo, aguardam a chegada dos módulos no Brasil.

Os componentes da planta, que serão montados no Vale do Jequitinhonha para beneficiar o minério do projeto Neves, foram fabricados e testados com sucesso na África do Sul.

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Mais de 100 contêineres carregados de peças sairão do país africano rumo ao território brasileiro. Ainda não há estimativa de quando o embarque será realizado, segundo Menck. Ele também diz que ainda não há definido um cronograma detalhado do projeto Neves.

Em junho, o CEO da Atlas Lithium, Marc Fogassa, disse à reportagem que almejava iniciar as operações no Vale do Jequitinhonha entre o fim deste ano e o começo do próximo.

Empresa está otimista mesmo com derretimento dos preços do lítio

Após atingir máximas históricas em 2022, os preços do lítio entraram em trajetória de queda a partir do ano passado, gerando anseios sobre o futuro dos projetos do setor no mundo.

Minas Gerais, que tem se tornado um reduto de empresas da área nos últimos anos, com diversos projetos no Vale do Jequitinhonha e regiões próximas – a maior em fase de exploração mineral – poderia sofrer em caso de suspensão de investimentos. Mas, até o momento, esse não é o caso, já que as companhias demonstram confiança no mercado.

Mesmo com o derretimento dos preços do lítio, a Atlas, por exemplo, segue otimista por acreditar que o projeto no Vale do Jequitinhonha terá um custo competitivo de produção – vale dizer que a empresa pretende investir cerca de R$ 750 milhões na extração e beneficiamento de lítio no Estado, conforme protocolo assinado com o governo em 2023.

“(A baixa de preços) impacta toda a indústria, os preços das ações, mas, em termos de expectativa futura, esperamos estar com um custo de produção abaixo do preço atual”, afirma o membro do Conselho de Administração da companhia, Rodrigo Menck.

Produção inicial e possível expansão

A produção inicial da Atlas Lithium no Vale do Jequitinhonha será de 150 mil toneladas anuais de concentrado de espodumênio. Nos primeiros cinco anos, as chinesas Chengxin Lithium e Yahua Industrial, que investiram na empresa, vão receber 60 mil toneladas cada. As outras 30 mil toneladas serão divididas entre a japonesa Mitsui e o mercado spot.

A Mitsui, que pagou US$ 30 milhões em ações ordinárias da companhia em março deste ano, fechou acordo de compra futura para também receber 60 mil toneladas por ano da produção de uma eventual segunda planta – que deverá ser construída posteriormente, dobrando o volume produtivo anual da Atlas para 300 mil toneladas.

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