Abertura de pequenos negócios cresce 8,41% em 2024 no Estado
A criação de microempreendedores individuais (MEI), microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP) foi responsável por 96,5% das 452,4mil novas empresas abertas em Minas Gerais em 2024, segundo levantamento do Sebrae Minas com dados da Receita Federal. No total, foram criados 436,7 mil pequenos negócios no Estado, um aumento de 8,41% em relação ao ano anterior (402,9 mil).
O Estado foi a segunda unidade federativa que mais criou empreendimentos de pequeno porte no País no ano passado, atrás apenas do estado de São Paulo.
A analista da unidade de inteligência estratégica do Sebrae Minas, Bárbara Castro, aponta que o crescimento econômico dos últimos anos impulsionou a criação de pequenos negócios no Estado, ao favorecer o dinamismo do ambiente de negócios e beneficiar o empreendedorismo.
“No caso dos pequenos negócios, a gente consegue perceber que eles têm uma relevância na economia de modo geral, porque são quase a totalidade dos negócios constituídos”, afirma Bárbara Castro. “São empresas que têm características diferentes dos grandes empreendimentos. Abrir um negócio de pequeno porte requer muito menos exigências, requisitos de capital, isso por si só facilita um pouco essa questão”, completa.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
A analista do Sebrae Minas ressaltou que o consumo das famílias também contribuiu para a criação de novas empresas no Estado em 2024. O aumento da renda média da população refletiu em uma maior confiança dos empreendedores para investir e expandir seus negócios.
Em 2024, a maior parte dos novos pequenos negócios de Minas Gerais – 76,59% – foi registrada como MEI. Já as ME foram responsáveis por 20,34% dos registros empresariais mais recentes no Estado, enquanto 3,07% dos CNPJs mineiros foram registrados como EPP.
O setor de serviços liderou a abertura em Minas Gerais, com 245,5 mil pequenos negócios abertos no ano passado. O comércio mineiro registrou a criação de 99,3 mil MEIs, micro e pequenas empresas. Já a indústria estadual obteve 86 mil novas empresas abertas, enquanto a agropecuária contabilizou 5,7 mil pequenos empreendimentos criados.
Minas também registrou o fechamento de 266,5 mil pequenos negócios em 2024, o que, juntamente com a quantidade de empresas do mesmo porte abertas, gerou um saldo de 170,2 mil novos negócios. O resultado foi 5,5% maior ao saldo de pequenos negócios do Estado do exercício anterior.
Entre os setores da economia mineira, a abertura de pequenos negócios do setor de serviços obteve o maior saldo do Estado, com 111,3 mil novas empresas. Em seguida, vieram o setor do comércio (24,4 mil), a indústria (31,8 mil) e a agropecuária (3 mil).
Avanço moderado dos pequenos negócios em 2025
Entre as atividades econômicas no Estado, “promoção de vendas” registrou o maior número de pequenos negócios em 2024, com 21,4 mil novos CNPJs. Em seguida, vieram o “comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios”, com 17,1 mil novos empreendimentos, e a atividade de “cabeleireiros, manicure e pedicure”, com 15,3 mil negócios abertos.
A analista do Sebrae Minas afirma que as três atividades contam com pequenas barreiras de entrada em comparação a outros ramos, o que facilita a abertura de mais empresas nessas categorias, principalmente para MEI.
“Obras de alvenaria” (15.088) e “preparação de documentos e serviços especializados de apoio administrativo não especificados” (14.458) são as categorias que completam o grupo das cinco atividades com maior abertura de pequenos negócios no Estado em 2024.
Bárbara Castro pontua que as incertezas quanto ao desempenho da economia em 2025, com perspectiva de desaceleração do crescimento, elevação da taxa básica de juros (Selic), crédito mais caro e situação fiscal do País, podem afetar dois fatores que impulsionaram a criação de empresas no ano passado – o consumo das famílias e a confiança dos empreendedores.
“O empreendedorismo segue forte, as MPEs têm essas características de serem mais flexíveis que as empresas maiores quando a economia passa por solavancos, por períodos de recessão”, disse. “Esperamos que abertura de empresas siga com resultado positivo, talvez com avanço um pouco mais moderado do que o observado nos meses anteriores”, finaliza.
Ouça a rádio de Minas
