Economia

Combustíveis aumentam em Belo Horizonte e chegam a R$ 6,59 para o litro da gasolina

Entenda os motivos da alta que surpreendeu os motoristas da Capital
Combustíveis aumentam em Belo Horizonte e chegam a R$ 6,59 para o litro da gasolina
Foto: Diário do Comércio/Arquivo/Alessandro Carvalho

Na última segunda-feira (8) os motoristas de Belo Horizonte foram surpreendidos com o aumento do etanol e da gasolina nos postos de combustíveis da Capital, mesmo sem qualquer anúncio de alta por parte da Petrobras. Apesar da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) apontar que a média do preço praticado na última semana foi de R$ 6,12 para gasolina e R$ 4,29 para o etanol em BH, na segunda-feira foi possível ver combustíveis sendo vendidos a R$ 6,59 e R$ 4,59 respectivamente.

Ainda segundo a ANP, na semana passada o preço mais baixo registrado foi de R$ 5,75 para gasolina e R$ 3,98 para o etanol, mostrando que quem procurasse ainda conseguiria abastecer com valores mais competitivos.

Questionado pela reportagem do Diário do Comércio sobre o motivo do aumento, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro) justificou que o acréscimo tem sido observado desde o anúncio do aumento da mistura de anidro na gasolina em 1º de agosto, quando as usinas de etanol subiram em R$ 0,19 o litro do combustível na produção. Segundo a nota divulgada, o mercado, diferente do governo, já observava um reajuste na produção, uma vez que houve um aumento significativo na demanda por anidro. 

Ainda segundo o Minaspetro, o etanol hidratado, que é o combustível que vai direto para a bomba, também teve uma alta considerável nas usinas: da semana do dia 27 de julho até o fechamento do mercado no último dia 5, a alta foi de R$ 0,24 por litro.

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De fato, em agosto a partir do dia 1º de agosto o governo federal, por meio do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), autorizou o aumento de 27% de etanol na composição da gasolina para 30% alegando que a ação estimularia a produção nacional do biocombustível e reduziria a dependência do petróleo.

Dados publicados pela Associação da Indústria de Bioenergia e do Açúcar de Minas Gerais (Siamig Bioenergia), que usam como base o índice Cepea/Esalq de São Paulo, mostram que desde 11 de agosto o preço do litro do etanol tem aumentado progressivamente pelos produtores, chegando a uma variação de 4,8% para o etanol hidratado e 3,1% para o etanol anidro.

O professor de gestão do Centro Universitário Una Stênio Afonso não acredita que a porcentagem aumentada de etanol na gasolina tenha sido a principal responsável pela alta nos preços. “O repasse do aumento em centavos não pode ser considerado o único fator, já que o consumidor está pagando cerca de R$ 0,35 a R$ 0,40 a mais. Pode ser um dos fatores, mas não o principal”, alega.

Segundo Afonso, a oscilação é consequência do mercado livre. “Além do aumento do preço do etanol, que agora têm interferido diretamente no preço da gasolina, boa parte do aumento sentido pelo consumidor vem desse livre mercado. É uma questão que acontece há algum tempo. Distribuidores e postos de gasolina ficam brigando por preços mais baratos, deixando suas margens cada vez mais apertadas e quando você vê um posto de gasolina ou dois afrouxando um pouco essa corda, ou seja, aumentando os preços um pouco mais, outros postos também seguem a mesma tendência”, avalia.

Confirmando essa análise, o presidente da Siamig, Mário Ferreira Campos Filho, também atribui as variações a uma oscilação natural do mercado ao longo do ano, uma vez que ele é livre e a cadeia do setor é longa, contando com com produtores, distribuidores, transportadores e revendedores, antes de chegar no consumidor. 

No caso da produção, pela qual a Siamig responde, os aumentos podem estar associados aos custos de produção. “Esse aumento percebido, que é moderado, reflete os custos em geral de produção como fertilizantes, contingente de trabalhadores e inflação”, afirma.

Em nota, a Minaspetro alega ainda que a redução dos preços do combustível é um anseio da entidade e que eles já apresentaram propostas de medidas que possam abaixar o preço da gasolina na bomba, como a implementação do auto abastecimento e a correção de volume por temperatura na hora do carregamento do caminhão.

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