Economia

Aumento no preço do combustível afeta 6,4% da renda mensal dos brasileiros

Pesquisa de combustível realizada em Belo Horizonte e Região Metropolitana aponta alta na gasolina
Aumento no preço do combustível afeta 6,4% da renda mensal dos brasileiros
Aumento dos preços dos combustíveis ainda reflete o aumento de 12,5% do ICMS sobre o diesel, a gasolina e o gás de cozinha. | Crédito: Adobe Stock

No Brasil, encher o tanque é um gasto rotineiro que impacta diretamente no orçamento das famílias. De acordo com o Indicador de Poder de Compra de Combustíveis, calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) com base em dados do Monitor de Preços dos Combustíveis e da Pnad Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), essa despesa compromete, em média, 6,4% da renda mensal das famílias brasileiras. 

Esse percentual, embora demonstre uma leve melhora em relação ao trimestre anterior, ainda representa um desafio significativo para os orçamentos familiares em todo o país.

As diferenças regionais são marcantes. Enquanto as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do País apresentam valores em torno de 5,2% a 5,5% da renda comprometida com o abastecimento de veículos, os percentuais sobem para 10,7% no Nordeste e 8,6% no Norte. Esse contraste reflete não apenas as desigualdades de renda, mas também as variações nos preços dos combustíveis em diferentes regiões no Brasil.

Aumento no preços dos combustíveis em BH 

Em Belo Horizonte, o aumento dos combustíveis também chega a impactar o bolso do consumidor, que paga uma gasolina 2.77% mais cara, e o etanol com valores 4.57% maiores, no acumulado de janeiro a março deste ano.

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No período pesquisado, o preço do etanol da Capital mineira variou de R$ 3,25 a R$ 4,04 | Crédito: Alessandro Carvalho

O recente levantamento realizado pelo site de pesquisas Mercado Mineiro e o aplicativo comOferta.com trouxe à tona os preços dos combustíveis em Belo Horizonte e Região Metropolitana, entre os dias 7 e 10 de março de 2024. 

A pesquisa realizada na capital mineira revela que, neste período, o preço médio da gasolina comum chegou a apresentar uma ligeira redução de -0,77%, passando de R$5,51 para R$5,47 por litro. 

No entanto, de janeiro até março de 2024, a gasolina teve um aumento acumulado de 2,77%, refletindo a tendência de alta dos combustíveis. O menor preço encontrado foi de R$ 5,15 e o maior, R$6,19, o que significa uma variação de 20,19%.

No caso do etanol, a pesquisa identificou um aumento no preço médio, que subiu 1,27%, passando de R$3,49 para R$3,53 por litro. De janeiro até março, o etanol apresentou um aumento acumulado de 4,57%.

Mesmo com esse aumento, o etanol ainda é uma opção vantajosa em relação à gasolina na Capital, correspondendo a 64,6% do seu valor. Pelos cálculos do indicador de custo-benefício, o etanol é o biocombustível com mais vantagens para o consumidor no momento.

Veja uma estimativa de consumo fixado em 8.5 km por litro no Etanol e 11.5km por litro na gasolina:

  • Preço médio da gasolina: R$ 5.47 (consumo 11.5 km/l).
  • Gasolina: R$ 0.48 por km rodado.
  • Preço médio do etanol: R$ 3.53 (consumo 8.5 km/l).
  • Etanol: R$ 0.42 por km rodado.

Além disso, a pesquisa também apresenta informações sobre o diesel e o gás natural veicular (GNV). O preço médio do diesel teve uma leve queda de -0,43%, enquanto o preço do GNV apresentou uma variação de 4,18%, com uma queda de -2,03% em relação ao mês anterior.

Alternativas para os consumidores 

O Monitor de Preços de Combustíveis de fevereiro de 2024, revelou um aumento mensal, no Brasil, significativo nos preços de cinco dos seis combustíveis analisados nacionalmente, como o etanol hidratado (+3,9%), a gasolina comum (+3,0%) e a gasolina aditivada (+2,9%). 

Esses resultados foram acompanhados por um discreto aumento nos preços médios do diesel (0,7% no caso do diesel comum, e 0,6% no diesel S-10), enquanto o preço médio do GNV apresentou uma leve queda (-0,7%).

A alta nos preços é atribuída, em parte, ao aumento de 12,5% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre diesel, gasolina e gás de cozinha. Essa medida, em vigor desde 1º de fevereiro, encerrou um período de isenções e desonerações de impostos sobre combustíveis, contribuindo para o encarecimento desses produtos.

Etanol é opção viável

Apesar do aumento generalizado nos preços dos combustíveis em fevereiro, o etanol emergiu como uma alternativa viável para muitos motoristas.

Houve um encarecimento do etanol, que liderou a alta de consumo no período, o que pode ser explicado pela crescente demanda do biocombustível no último mês. No entanto, o abastecimento com etanol ainda é favorável, com indicadores positivos em cerca de metade das unidades federativas e na maioria das capitais, proporcionando uma opção mais econômica para o abastecimento.

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