Australiana PVW chega ao Brasil e se interessa por terras-raras de Minas Gerais

Minas Gerais está na mira da PVW Resources. A mineradora australiana vem estudando projetos de elementos de terras-raras (ETR) no Estado – que podem ser aplicados em diversas frentes, por exemplo, em ímãs de motores elétricos. Entrar no mercado mineiro é um desejo da companhia.
Na última semana, a empresa entrou no mercado brasileiro com a aquisição da Scanty Mineração, detentora de um portfólio estrategicamente importante e altamente prospectivo de projetos de terras-raras em quatro áreas diferentes no Brasil. Como parte do negócio, ela pagou 650 mil dólares australianos (mais de R$ 2,4 milhões) e emitiu 40 milhões de ações totalmente pagas.
A partir da transação, a PVW herdou todos os 11 projetos de elementos de terras-raras da Scanty no País. Os ativos da antiga proprietária estão distribuídos em São Paulo, Paraná, Mato Grosso, Goiás e Ceará e totalizam uma área de 952 quilômetros quadrados, oferecendo para a mineradora oportunidades de novas descobertas de ETR de argila iônica em locais ainda pouco explorados.
Incluso no pacote do acordo, o brasileiro Luis Mauricio Ferraiuoli Azevedo, experiente especialista em mineração, passará a integrar a PVW Resources como diretor. Ele era um dos donos da Scanty Mineração e foi um dos responsáveis por construir a lista de ativos da empresa.
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À reportagem, o executivo disse que os projetos mineiros de ETR que são alvos da companhia da Austrália eram negócios que estavam sendo trabalhados pela Scanty. Ele disse que os trabalhos seguem em curso para definir se avançam ou não, mas, a intenção da PVW é entrar no Estado.
Azevedo afirmou que a Scanty Mineração trabalhou por quase dois anos em ativos no território brasileiro e buscava funding – captação de recursos para investimentos. E destacou que a parceria consumada com a PVW Resources foi fruto de uma sinergia entre as empresas.
“A PVW é uma empresa que tem uma experiência profunda com terras-raras. O chairman dela (presidente do conselho de administração), George (Bunk), é um cara que está há anos nesse mercado. Então, vimos uma sinergia muito interessante pelo conhecimento técnico que eles têm, principalmente no que chamamos de venda do produto e processamento”, diz.
“E, de certa forma (com a Scanty), eles viram também uma possibilidade de colocar os pés no Brasil, que tem sido um mercado muito fértil para esse tipo de mineral”, completa.
Empresa enxerga possibilidades prósperas com a aquisição
O presidente do Conselho da PVW Resources reiterou ao mercado que enxerga os projetos como uma oportunidade excepcional para aumentar a presença da empresa no cenário de minerais críticos em rápida evolução global. De acordo com ele, a aquisição dos ativos de elementos de terras-raras no País permite com que a companhia ganhe posição em uma região altamente prospectiva e estável e que se estabeleceu na vanguarda da indústria mundial de terras-raras.
O CEO Alistair Stephens fez uma análise semelhante. Para o executivo, o Brasil é uma ótima jurisdição para mineração e desenvolvimento, com um governo que apoia a indústria extrativa, posicionando a PVW em uma posição ideal para comercializar os projetos. Ele disse que a companhia está ansiosa para “desbloquear” o potencial de crescimento que os ativos oferecem.
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