Economia

Auxílio emergencial será pago a partir desta terça-feira

Auxílio emergencial será pago a partir desta terça-feira
Recursos vão ajudar a quebrar longo ciclo de baixas na economia | Crédito: Alisson J. Silva/Arquivo DC

O auxílio emergencial, que começa a ser pago pelo governo federal a partir de hoje, tem destino certo para grande parte dos mineiros: comida na mesa. Outra parcela deve usar a ajuda governamental para pagar dívidas e voltar a consumir. Especialistas consideram a injeção de recursos importante para quebrar um longo ciclo de baixas na economia, motivado pela pandemia de Covid-19. No entanto, observam que o valor, bem inferior ao liberado no ano passado, não funcionará como manutenção de renda. Apenas garantirá que uma boa parcela da população não passe fome.

No ano passado, o governo federal pagou R$ 600 mensais a quase 64 milhões de pessoas, totalizando uma injeção de cerca de R$ 290 bilhões na economia. Agora, serão injetados até R$ 44 bilhões ao longo de quatro meses. As famílias receberão parcelas que podem variar entre R$ 150 e R$ 375, sendo que a maior parte dos beneficiários deve receber a menor cota, de acordo com informações do próprio governo.

“É um valor que vai ajudar, vai contribuir para quebrar um ciclo de baixas que vem se acentuando na economia, mas não dá para falar em manutenção de renda ou o subsidiar o básico ao longo do tempo com esse novo auxílio. A pobreza extrema está muito elevada”, avalia o professor de economia do Ibmec-BH, Felipe Leroy.

De acordo com ele, além de ser um valor inferior em relação ao liberado no ano passado, chegará a menos brasileiros. “Como teve bastante fraude no primeiro auxílio, o governo está cruzando informações do imposto de renda para a liberação deste. Então, menos pessoas vão receber”.

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O economista-chefe da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG), Guilherme Almeida, também concorda que o uso do valor para compra de bens essenciais, como comida e medicamento, é o comportamento mais esperado diante do cenário econômico. “Dessa forma, os segmentos diretamente impactados são os comércios desses bens essenciais”, diz. Mas ele pondera que outra parte dos beneficiários deve usar os recursos para limpar o nome e voltar a consumir. “Essa regularização financeira pode vir a impactar em vários outros segmentos, como por exemplo, o de móveis”, observou.

Cenário de guerra

O vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Geovanne Teles, considera baixo o valor, porém, urgente. Para ele, é uma ajuda bem-vinda, mas existe a ciência sobre a situação de endividamento do poder público. “Estamos em um estado de orçamento de guerra. Esse valor vai dar um alento para as famílias, mas não deve trazer tanto impacto no comércio como um todo. E vai impactar, num primeiro momento, os setores de bens essenciais, pois as pessoas estão correndo atrás do feijão com arroz. Estão sobrevivendo”, explica.

Para Teles, o recurso será importante, principalmente, em regiões mais pobres do Estado. O vice-presidente da CDL-BH observou ainda que a maior parte dos estabelecimentos comerciais em Minas Gerais está fechada devido à onda roxa, trabalhando somente com vendas on-line. “Devido ao cenário de guerra que estamos vivendo, estimamos que, no máximo, 10% dessa nova injeção de recursos chegará ao e-commerce, tamanha a necessidade básica da população”, conclui.

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