Axel REE é listada na bolsa da Austrália para financiar projetos de terras-raras em Minas

A australiana Axel REE, com propriedades de terras-raras em Minas Gerais, Mato Grosso e Piauí, será listada oficialmente na bolsa de valores da Austrália (Australian Securities Exchange, também conhecida como ASX) nesta terça-feira (23). A abertura de capital para captação de recursos impulsionará o desenvolvimento dos empreendimentos da mineradora no Brasil.
A companhia tem quatro projetos para desenvolver no País, sendo dois no Estado. Um deles foi batizado de Caladão e trata-se de um arrendamento de 400 quilômetros quadrados (km²), na região Norte, no chamado Vale do Lítio. O outro se chama Caldas e tem licenças que cobrem uma área de 232 km² na região Sul, próxima ao Complexo Alcalino de Poços de Caldas.
Sobre o Caladão, a empresa diz que o terreno contém 25 km² de terras-raras mineralizadas, indicando um novo distrito de elementos raros com potencial de classe mundial. Conforme a companhia, também existe uma nova zona de descoberta significativa no local que está aberta em todas as direções, o que sugere a existência de mais áreas promissoras para exploração.
Em relação ao Caldas, a mineradora australiana destaca que o projeto se apresenta como um ativo de terras-raras pouco explorado e com potencial significativo. De acordo com a Axel, o terreno tem localização estratégica, adjacente ao Complexo Alcalino de Poços de Caldas, que é uma importante área enriquecida de elementos raros e outros minerais.
Quanto aos outros dois projetos da companhia no Brasil, o do Mato Grosso, chamado Itiquira, é um arrendamento de 340 km², considerado uma oportunidade promissora, devido à localização sobre uma anomalia magnética e a semelhança geológica com complexos que hospedam terras-raras. Já o do Piauí, o site da empresa não fornece mais informações.
Alto interesse pelas terras-raras de Minas Gerais
A Axel Ree é mais uma mineradora a se interessar pelas terras-raras que Minas Gerais abriga. No ano passado, surgiram interessados como a Foxfire Metals, que descobriu elementos raros no Vale do Lítio e garantiu áreas na região, a Viridis Mining, que adquiriu propriedades e anunciou que vai investir R$ 1,35 bilhão em Poços de Caldas, e a Meteoric Resources, que investirá mais de R$ 1 bilhão do Sul do Estado – a empresa deve iniciar a produção em 2027.
No caso da Foxfire, não houve atualizações recentes sobre o projeto. A Viridis, por sua vez, tem avançado com os testes metalúrgicos. Já a Meteoric revelou, anteriormente, ao Diário do Comércio que construirá, ainda neste ano, uma planta-piloto em Minas Gerais para testar as amostras que a mineradora está extraindo dos depósitos de Poços de Caldas e Caldas.
O diretor-executivo da Meteoric, Marcelo de Carvalho, chegou a dizer que Poços de Caldas, Caldas e outras regiões mineiras têm os melhores depósitos de terras-raras do mundo em termos de teores e recuperação metalúrgica, e serão os maiores em toneladas produzidas. Para ele, com a qualidade das jazidas e a velocidade de desenvolvimento dos projetos, o Estado tem capacidade de se tornar líder mundial em elementos raros em um curto espaço de tempo.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, tem opinião semelhante. Em recente entrevista ao Diário do Comércio, ele ressaltou que os projetos de terras-raras estão somente começando e Minas Gerais terá condições de alcançar a liderança global ao lado da China – país responsável pela produção de mais de 95% dos elementos raros do mundo.
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