Balança comercial de Minas cai 12,75%

O saldo da balança comercial de Minas Gerais continua sendo beneficiado pelo aumento das exportações com a valorização do dólar frente ao real, porém, em outubro, assim como o Brasil, o comércio exterior mineiro também sofreu os efeitos do arrefecimento da economia chinesa, principal parceira econômica do Estado e do País. No último mês, o superávit foi de US$ 1,464 bilhão, queda de 12,75% em relação ao saldo apurado no mesmo mês do ano passado: US$ 1,678 bilhão.
O resultado do décimo mês de 2021 ocorre da diferença entre os US$ 2,692 bilhões das exportações e os US$ 1,228 bilhão das importações. Já em outubro do ano passado, os valores foram, respectivamente: US$ 2,396 bilhões e US$ 718 milhões.
Quando considerado o acumulado dos dez primeiros meses do ano, o saldo da balança chega a US$ 22,314 bilhões, contra US$ 14,463 bilhões dos mesmos meses do exercício passado. De janeiro a outubro de 2021 as exportações somaram US$ 32,702 bilhões e as importações US$ 10,388 bilhões. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia.
Na avaliação do professor de economia do Ibmec-MG, Helio Berni, os números de Minas acompanham o cenário nacional. “O comportamento da balança no acumulado do ano não teve grandes alterações e continua evoluindo sobre 2020, principalmente em virtude da desvalorização cambial, que impulsiona as exportações, e o desaquecimento do mercado interno, que diminuiu o ritmo das importações”, explica.
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Já a queda do saldo da balança em outubro, Berni diz estar relacionada, sobretudo, à desaceleração econômica chinesa – que impacta diretamente nos preços das commodities, principalmente do minério de ferro – e ao embargo à carne bovina brasileira, que já dura mais de dois meses.
“Esses dois pontos contribuem para entendermos que, no acumulado do ano, o desempenho da balança ainda é bem favorável, mas o resultado de outubro já não foi tão bom. É complicado fazer previsões, mas a recuperação de preços das commodities vai depender muito do desempenho do comércio internacional e da recuperação dos dois principais parceiros comerciais do Brasil: China e Estados Unidos. E sobre a carne, cuja exportação nacional caiu 43% em outubro, trata-se de uma questão diplomática a se resolver”, avalia.
As exportações mineiras somaram US$ 2,692 bilhões em outubro. Em igual mês de 2020 o valor havia sido de US$ 2,396 bilhões. Isso significa avanço de 12,35% nas vendas ao mercado internacional entre um exercício e outro. No acumulado do ano, foram US$ 32,702 bilhões em 2021 e US$ 21,186 bilhões em 2020 – incremento de 54,35%.
As importações chegaram a US$ 1,228 bilhão no mês passado e a US$ 718 milhões em outubro de 2020. Portanto, aumento de 71% entre os meses de ambos os exercícios. No período de janeiro a outubro, foram US$ 10,388 bilhões neste ano e US$ 6,723 bilhões no ano anterior (54,51%).
Produtos
Entre os produtos que compõem a pauta exportadora de Minas Gerais, o minério de ferro somou US$ 1,140 bilhão no último mês, enquanto em outubro do ano passado chegou a US$ 988 milhões. No acumulado do ano as cifras já chegam a US$ 16,327 bilhões contra US$ 7,648 bilhões. Em volume foram 11,442 milhões de toneladas no mês e 122,219 milhões de toneladas no ano.
Além disso, as remessas de café somaram 133 mil toneladas e US$ 418 milhões em outubro deste ano, contra 163 mil toneladas e US$ 34 milhões um ano antes. Nos dez meses do exercício estes números chegam a 1,364 milhão de toneladas e US$ 3,429 bilhões sobre 1,296 milhão de toneladas e US$ 2,915 bilhões, respectivamente.
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