Balança comercial do país deve ter recuo de 42,2% em superávit no próximo ano

As projeções da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) indicam que o País terá queda de 42,2% no superávit em 2020 na comparação com 2019, passando de US$ 45,199 bilhões para US$ 26,130 bilhões, conforme relatório divulgado ontem pela entidade. As importações devem crescer 6,6%, aumentando de US$ 179,248 bilhões para US$ 191,211 bilhões em 2020, dada a expectativa de aquecimento econômico. Já as exportações devem passar de US$ 224,447 bilhões para US$ 217,341 bilhões em 2020, redução de 3,2%. Em Minas Gerais, porém, o quadro poderá ser um pouco diferente, graças à recuperação da produção de minério e posterior envio para outros países.
De acordo com o presidente-executivo da AEB, José Augusto de Castro, vários fatores contribuem para a queda de valores relativos às exportações. No caso dos produtos básicos, por exemplo, existe a questão do preço estável do petróleo. Já em relação aos semimanufaturados, a retração decorre da redução dos preços da celulose. O recuo vinculado aos manufaturados, por sua vez, está ligado à crise na Argentina, que impactou as exportações brasileiras.
Minas Gerais – Em 2019, porém, Minas Gerais viveu um período atípico, o que pode fazer com que os números relacionados a 2020 sejam mais elevados. “O Estado viveu dois anos em um. Com o rompimento da barragem de Córrego do Feijão, em Brumadinho, houve uma explosão dos preços das commodities, gerando mais receitas em dólares e em reais. Até então, as cotações estavam bastante acomodadas em janeiro de 2019”, destaca ele.
Para se ter uma ideia, conta o presidente-executivo da AEB, o minério chegou a valer US$ 90 por tonelada – muito diferente dos atuais US$ 60 por tonelada. No entanto, bilhões de dólares deixaram de ser gerados em receita, uma vez que as exportações mineiras do produto caíram bastante em função das paralisações de algumas minas.
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“O que deixou de ser produzido em Minas Gerais neste ano será produzido em 2020”, frisa José Augusto de Castro, indicando um cenário mais positivo para as exportações mineiras.
No entanto, embora a situação possa ficar mais animadora no Estado, o mesmo não deverá ocorrer em relação ao mercado de automóveis, conforme pondera o presidente-executivo da AEB. A crise argentina, que motivou a queda das exportações do produto, gerando menos receita e menos impostos, ainda deverá continuar impactando o segmento em Minas Gerais.
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