Economia

Balança comercial mineira cresce 17,8%

Faturamento do minério foi 3,2% menor
Balança comercial mineira cresce 17,8%
Minério de ferro, produto que lidera as exportações de Minas, foi afetado pelos estoques maiores na China, em janeiro | Crédito: Muyu Xu / Reuters

Em janeiro, Minas Gerais registrou um saldo de US$ 1,52 bilhão na balança comercial.  O valor registrado no primeiro mês do ano apresentou variação absoluta de US$ 237 milhões ou uma alta de 17,8%, uma vez que em igual intervalo do ano passado o saldo estava em US$ 1,29 bilhão. Ao todo, as exportações mineiras movimentaram US$ 2,7 bilhões, superando em 11,9% o valor registrado em janeiro de 2022.

Entre os produtos exportados pelo Estado, o faturamento dos embarques de minério de ferro ficou 3,2% menor e movimentou US$ 671 milhões. Em seguida, veio o café com um valor embarcado de US$ 522 milhões, ou seja, 1,73% menor.

Conforme os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, no primeiro mês do ano, as importações feitas por Minas Gerais foram responsáveis pela movimentação de US$ 1,18 bilhão, valor que superou em 4,5% o registrado em janeiro de 2022, que foi de US$ 1,13 bilhão. Em valores absolutos, o Estado importou US$ 50,6 milhões a mais.

A corrente comercial, que é a soma das exportações e importações, avançou em janeiro. No período, o cálculo chegou a US$ 3,9 bilhões, elevação de 9,5% em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando foi registrada uma corrente de US$ 3,5 bilhões.

Os embarques feitos por Minas Gerais, que somaram US$ 2,7 bilhões em janeiro, tiveram como principal parceiro a China. No mês, as exportações para o país asiático somaram US$ 837 milhões. O valor ficou 24,1% maior, com variação absoluta de mais US$ 163 milhões. A participação da China nas exportações do Estado ficou em 24,1%.

Em segundo lugar, ficaram os Estados Unidos, com um faturamento gerado com os embarques de US$ 340 milhões, alta de 39,63%. O país respondeu por 13% das exportações feitas por Minas. A comercialização com a Alemanha movimentou US$ 160 milhões, valor 6,7% maior e participação de 5,9%.  

Produtos 

Entre os produtos que compõem a pauta exportadora de Minas Gerais, em janeiro, mesmo que em menor ritmo, o maior valor movimentado foi proveniente das negociações do minério de ferro com o mercado externo.

No período, as exportações de minério movimentaram US$ 671 milhões, queda de 3,2% ou de US$ 23 milhões. O produto respondeu por quase 25% dos embarques mineiros. Ao todo, foram 7,4 milhões de toneladas exportadas, o que significa variação positiva de quase 12%.

A gerente do Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Rebecca Macedo, explica que a queda no faturamento do minério de ferro é resultado dos estoques maiores na China. 

“Atualmente, os portos chineses registram certo acúmulo de estoques acima da média histórica, o que contribui para menores pedidos e pressão sobre os preços. No mês, as vendas de minério de ferro participaram com apenas 24,8% do total exportado pelo Estado”, explicou. 

Os embarques de café registraram o segundo maior faturamento da pauta exportadora. Ao todo, foram US$ 522 milhões movimentados em janeiro, valor que retraiu 1,73% frente ao registrado em igual mês de 2022. Com o resultado, o café respondeu por 19% das exportações de Minas. Foram destinadas ao mercado externo 140,1 mil toneladas de café, 3,5% a menos. 

Já os embarques ferro-gusa, spiegel, ferro-esponja, grânulos e pó de ferro ou aço e ferro-ligas apresentaram expansão significativa de 44,4% no valor exportado. Foram US$ 311 milhões em exportações. A participação ficou em 11%.

Os embarques de ouro não monetário (excluindo minérios de ouro e seus concentrados) chegaram a movimentar US$ 126 milhões, queda de 4,5% e participação de 4,6% na pauta exportadora de Minas.

As exportações de carne bovina movimentaram US$ 78,7 milhões, alta de apenas 0,9%. Os açúcares e melaços embarcados tiveram um faturamento 72,5% maior, chegando a US$ 81,7 milhões. A exportação de celulose subiu 141%, somando US$ 122 milhões em janeiro e respondendo por 4,5% das exportações mineiras. 

Segundo Rebeca, devido ao cenário mundial, a tendência é que alguns produtos importantes para o Estado, em 2023, apresentem resultados estáveis ou com pequenas variações frente a 2022.

“Para este ano, produtos importantes da pauta de exportação de Minas como café, carne bovina, açúcar, apresentam tendência de estabilidade ou variação moderada. A sinalização é de pequeno aumento nos preços de carne e um recuo nos preços do café em relação a 2022, este último pela expectativa de aumento da produção brasileira”.

Ela explica ainda que as previsões de crescimento econômico mundial – um indicador da demanda – são de estabilidade no crescimento chinês em torno de 4,5%, e de queda no PIB do G7 de 2% para menos de 1%.

“A suposição, portanto, é um pequeno recuo nas exportações de Minas causado pelos estoques excessivos de minério de ferro e  menor previsão de demanda mundial. Variações moderadas no faturamento nas vendas de carne, café e açúcar não devem modificar a tendência geral”, avalia a representante da Fiemg. 

Entre as importações, a maior parte foi de adubos e fertilizantes químicos (exceto fertilizantes brutos). No primeiro mês do ano, as compras de Minas somaram US$ 121 milhões, aumento de 16,3% frente ao mesmo período do ano passado. Os adubos e fertilizantes responderam por 10% do total importado pelo Estado.

Em segundo lugar, veio a importação de veículos automóveis para transporte de mercadorias e usos especiais, com uma movimentação de US$ 70 milhões, ou 429% a mais que em janeiro de 2022.

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